domingo, 18 de janeiro de 2015

Deus e os templos das divindades


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Deus ajoelhou-se aos pés da divindade,
Pediu-lhe toda a força que sua fé tivesse,
As pedras pesavam toneladas de vaidade,
Só movíveis com a força da humildade,
Pediu-lhe que homem humilde se fizesse,
Para construir-se do melhor que soubesse,
Bem assente que ficasse sobre a verdade;
Por um estranho momento,
Pareceu fazer-se claridade,
Da luz erguer-se-ia um monumento,
    Mas logo se levantou um obscuro vento,
         Que trouxe erosivas poeiras sem piedade!...

A divindade pediu mil homens capazes,
Fortes e humildes como só os escravos sabem ser,
De poucos sonhos e por ele dispostos a morrer,
Pediu mais mil capatazes,
E outros mil engenheiros audazes,
Exigiu as mais ricas pedras para escolher,
Mármores rosa em formas de perfeitos rapazes,
     E deusas de mármore esculpidas para não morrer…
E tudo morreu...
Menos o mármore sem vida!...

Não sabem as divindades que Deus deu,
A inocência à vergonha perseguida,
Decretam que Deus se escondeu,
Da maior derrota sofrida,
Pelo Filho que é seu,
Talvez sejas tu e eu,
    A luz e a luz da vida!...

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Rodeados por suas pedras amontoadas sem amor,
Divindades não vêm a Luz erguer-se em seu redor,
Crianças regam flores com um sorridente exemplo,
Deus sorri quando vê uma criança semear uma flor,
    E sorri ao vê-las crescer nos frios ermos do templo!...
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quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Raciocínio Globalizado


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Que se liberte o raciocínio perdido,
Ou impedido,
Pela manifestação do raciocínio activista,
E activismo sem sentido,
Sentido por qualquer insensato optimista,
Que parecendo um sensato pessimista,
Vende-se ao pensamento induzido,
     Por políticas de indução globalista!...

Um lápis afiado por um rabisco,
Nega Deus e nega o religioso direito,
Rasga o papel onde escrevera o respeito,
Deixando a vida do papel da vida em risco,
E com mais um rabisco de criminoso efeito,
Forja caricaturas sublimes de papas francisco,
Com lápis crucifica a verdade e a fé em Cristo,
E, nunca satisfeito,
Com o lápis de um mau gosto nunca visto,
Desenha a paz com um lápis suspeito,
E, já com o raciocínio desfeito,
Afia-se no plano previsto,
     Mata sem preconceito!...

Os rabiscos ganham vida,
Rabiscos morrem às mãos de Deus,
A fé na Vida nunca esteve tão perdida,
E é no raciocínio em rabiscada despedida,
     Que mais lápis se erguem nas mãos de Judeus!...

      
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sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Não Veio Para Ficar


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Não veio para ficar,
    Janeiro!...
Do céu só pode nevar,
Há olhos frios no ar,
Dinheiro,
    Não veio para ficar!...
O álcool aquece até queimar,
Do último dia até ao primeiro,
Companheiro,
   Não veio para ficar!...
Mais um passageiro,
Vendido por inteiro,
E ainda por pagar;
Vem lá o mensageiro,
Emissário do despertar,
Do medo verdadeiro,
    Não veio para ficar!...

Sem medo de sorrir,
Há, de acordar a decência,
Há, de perder o medo, a consciência,
    Há, num Janeiro qualquer, de o medo partir,
Há, no fim da noite, de nascer um dia de desobediência,
  Sem medo do que não veio mas há, de estar para vir!...
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quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Recomeço do Sorriso


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Antevejo o que não vejo,
A venda de sorrisos sem apreço,
A tristeza não compra o desejo,
E não querendo ver o que vejo,
Não me revejo no que pareço,
Vejo-me e logo desapareço,
Encontro-me e festejo,
    O dia do recomeço!...

Que me reste um sorriso para te dar,
Que o teu sorriso me ofereça o sorrir,
Que nossos sorrisos se façam notar,
    Na esperança do que está para vir!...
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segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

O Salto aos Olhos da Malta


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Aproximam-se do arco da ponte mais alta,
Caindo do chão até às vertigens oscilantes,
É tão antecedente a cruel tristeza que salta,
Ante os olhos da pouca felicidade que falta,
 Há o abraço vazio abrindo-se por instantes,
E antes que as angústias se façam distantes,
    Despediu-se o adeus à indiferença da malta!...

A malta guinda-se até ao fundo do próximo dia,
Descem comprimidos para amortecer o abraço,
A malta vende dias anteriores à memória vazia,
 Descontinua-se o pilar da ponte sob a travessia,
 Sucumbe a ponte que é testemunha do cansaço,
     E de sua tristeza que pela fria malta se angustia!...

Tantos dias a construir a ponte, agora oscilante,
Sem que soubesse de alguém que o soubesse,
Talvez o seu silêncio triste no-lo dissesse,
Mas o dia a dia foi sempre hesitante,
Talvez a ponte não fosse o que parece,
E o amanhã não parecesse tão adiante,
Dessa solidão de todos os dias tão distante,
Tantos dias, e um só dia que fosse, assim o quisesse,
   Como se, em vez do salto, fosse travessia confiante...

Ao olhar da malta!...
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sábado, 27 de dezembro de 2014

Dióspiros Silenciosos (O Fruto Maduro de Deus e a ilusão da carne)


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…e vieram os dias seguintes,
Dias de silêncio e pouco luminosos,
Dióspiros vão amadurecendo, silenciosos,
Como sombras maduras da luz dos pedintes,
Revelavam-se tímidos aos cegos ouvintes,
Olhos fechavam-se aos frutos preciosos,
     Amoucados com todos os requintes!...

Gente de carne, osso e pensar desossado,
Comem carne e os ossos até morrerem de fome,
Aos humildes dias de fartura comeram-lhes o nome,
Sem nome, vai passando o esquecido passado,
Pelo amanhã sem futuro que gente come,
Até restar um obeso dia de pecado,
Que um dia de tão enjoado,
      Nele mesmo se some!...

Há um dia cheio de Luz em que Ele nasceu,
Um dia antes do milagre, só se pensa em comer,
O dia seguinte apresenta a conta pelo que se comeu,
Por conveniência, a fome fez de conta que morreu,
A magra fé no alimento da Alma continua a morrer,
A necessidade da Alma alimentada desapareceu,
     E a ilusão da carne na carne continua a nascer!...

Confunde-se a falta de fé com inocência,
Ter fé na bondade é para pobres inocentes,
Avaros, os cépticos continuam prudentes,
Em vez da Alma e consciente consciência,
Preferem esconder Deus entre dentes,
  E morder a língua em feliz aparência,
     Continuando sem fé e descrentes!...

Lá virá outro Natal,
Natal que todos os dias será,
Jesus é menino todos os dias, afinal,
Para cada filho de Deus há um dióspiro bem real,
      Fruto da árvore daquele que dela cuidará!...
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quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Fruto de Deus e de Sempre


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Há vestígios das vindimas feitas,
Campos enfeitados por aspereza,
O denso nevoeiro realça a tristeza,
As árvores tristes dormem direitas,
Sonham com tempos de colheitas,
E fartura de sua ostentada beleza,
São invernais desolações perfeitas,
Espectros imóveis de fria pobreza,
    Destinadas a esperanças refeitas!...

Dióspiros dos braços despidos,
Que os braços vergais devagar,
Abraçam-vos e quase vencidos,
Hão, de fazer-vos amadurecidos,
No Inverno irresistível ao olhar,
Sereis reis e de beleza providos,
A beleza que vos hão, de cobiçar,
Pobres e reis vos hão, de beijar,
Serás ímpar entre frutos caídos,
     Fruto que de Deus hás, de saciar!...

Ele nasce nos braços vergados,
Vergados pela sua Humanidade,
Humanidade dos esperançados,
A esperança nos dias esperados,
     Aniversário do Fruto sem idade!...
E a humildade,
A inocência,
A simplicidade,
A vulnerabilidade,
  E a sua essência,
Fruto e bondade,
       A divina evidência!...
O sinal…
A Luz…
Dia de todos os dias e Jesus…
   Dia de Natal!...
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quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

A Porta (Ruínas da Esperança e da Virtude)


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O que mais as revoltavam,
Era o prazer de tanto gostarem,
De suas culpas que lhes apontavam,
Simulando a denúncia que lamentavam,
Não se sabe se por não se envergonharem,
     Ou por mais rumores que sobre elas faltavam!...

Sentadas no último banco da Igreja em ruinas,
De mãos unidas num entrelaçado de fingimento,
Faziam ondular uma sequência de invisíveis cortinas,
Até ao velho padre que aos olhos das sagradas doutrinas,
Vestia transluzimentos de Deus, cobrindo-se de fundamento,
Da brisa dos rumores iam caindo cortinas de pensamento,
     Até só restarem a porta fechada e quatro esquinas,
       E o rumor invisível de um divino lamento!...

Com os rumores do tempo,
Rumores em invisível abatimento,
Cada esquina ruiu envolta em solitude,
As cortinas ainda ondulam naquela quietude,
Inquietas com os rumores que batem à porta,
Dizem que fora de portas há uma igreja morta,
    Envolvida em cortinas desprendidas da virtude!...

Atrás da porta fechada, ondula a solidão do vazio,
Não há ventos de paz e a meiga brisa do amor ruiu,
A boa-fé na plenitude de Deus entrou em desvario,
Um mensageiro sem saída perdeu-se num desvio,
Vazio de Humanidade aproximou-se cheio de frio,
Ajoelhou-se em frente da velha porta que se abriu,
Orações vazias jaziam sob o pó do futuro sombrio,
    Já dentro de si, olhou para fora e com a porta caiu!...

Com o Amor a perder-se num caminho tão incerto,
    E com Jesus a nascer, nascia o Amor ali tão perto!...


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terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Família Sem Impressão Digital


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“Ao rir-me da postura de seriedade,
Rasgo-me de riso com vontade,
Do meu produto mais sério,
Embrulho-o em mistério,
Ato-o com verdade,
Ajo com critério,
      E sobriedade!...”

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Vendem-se Natais,
Compram-se os pais do Natal,
Apagam-se as impressões digitais,
Surdem com apelativas aparências divinais,
Mãos lisas que tentam alisar a Marca ancestral,
Sem deixar marcas, apagando a Santa Marca imaterial,
Do Fruto da árvore Mãe com as suas raízes mais naturais,
Árvore que com seus ramos cobertos por cada folha celestial,
Com sua árvore companheira, são raízes essenciais,
Do humano valor natural,
Em (e)terna vigília,
Amor universal,
     Família!...

      Família!...
Essa qualidade de valor eterno,
Valor incalculável a perder-se no valor moderno,
Templo invertido que desaba de filhos para pais,
Abrigo em construção do desamor fraterno,
Construído sem impressões digitais,
Por seres lisos de todos os Natais,
Sem marcas nem aderência,
Sem humana clemência,
Lisos por vis metais,
Triste demência,
    E pouco mais!..

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“Anseio estar tão só,
Com minhas lágrimas sós,
Ato o riso com cegos nós,
Embrulho critérios em pó,
Dou-me à piedade sem dó,
      E choro por mim e por vós!...”

    
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sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Advento em Desapropriação


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Espreitam dias de sonhos satisfeitos,
Dias insatisfeitos não querem adormecer,
Nascem dias iguais em dias de preconceitos,
Vivem-se dias de advento pelo dia que vai nascer,
São vendados os dias condenados a escurecer,
Há um dia de sol a nascer em todos os leitos,
A hipocrisia insinua-se antes do anoitecer,
Há fitas de ouro para os dias escorreitos,
E fitas tristes em dias desfeitos,
Dias de entristecer…
Dias em que a tristeza se vende aos dias,
Dias que silenciam a chegada do mais belo dia,
Anunciam-se dias de sonho com singela hipocrisia,
Um dia de barba branca vende-se entre mercadorias,
Veste sorrisos vermelhos debruados com inúteis alegrias…
Dias de mãos vazias contemplam a chegada do dia da alegria,
Vivem dias de respeito pelo advento com humilde euforia,
Não temem os dias de dar à luz em noites mais frias…
Têm dentro de seus dias um dia a bater de calor,
E dia algum, por mais dia frio que se faça,
Não fará do dia um dia de desgraça,
Porque não há dia de maior valor,
Do que aquele que não passa,
Dia do Filho do dia Criador,
E de todo o dia Pecador,
Dia de toda a graça,
    Dia de Amor!...

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À espreita entre os dias de laboratório,
Dias cobertos de trevas tentam alargar seu território,
Trazem calabouços para trancarem as noites da Humanidade,
Concederam aos piores dias a perfídia do dom oratório,
Negociaram a Luz da Alma pelo desejo corpóreo,
     Tendo a morte do Dia anunciado como finalidade!...
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