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Não veio para ficar,
Janeiro!...
Do céu só pode nevar,
Há olhos frios no ar,
Dinheiro,
Não veio para ficar!...
O álcool aquece até queimar,
Do último dia até ao primeiro,
Companheiro,
Não veio para ficar!...
Mais um passageiro,
Vendido por inteiro,
E ainda por pagar;
Vem lá o mensageiro,
Emissário do despertar,
Do medo verdadeiro,
Não veio para ficar!...
Sem medo de sorrir,
Há, de acordar a decência,
Há, de perder o medo, a consciência,
Há, num Janeiro qualquer, de o medo partir,
Há, no fim da noite, de nascer um dia de desobediência,
Sem medo do que não veio mas há, de estar para vir!...
Há, no fim da noite, de nascer um dia de desobediência,
Sem medo do que não veio mas há, de estar para vir!...
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A imagem é reveladora: A mão fechada em sinal de luta detém no punho toda a humanidade com a Poesia que dá forma à sensibilidade, combate a fraqueza e apoia a liberdade, seja ela azul, ou ‘blue’, em sinal de paz, e solidariedade.
ResponderEliminarA atitude em tematizar o futuro sem torná-lo uma premonição, positiva ou negativa, mantém-se à distância apropriada do presente. Afinal, o futuro desejado é sempre aquele onde todos os sonhos são passíveis de serem realizados.
Num jogo de memória e construção, a Poesia indica o caminho, não das flores, mas do sorriso, na esperança de que no novo tempo, “O medo verdadeiro,/ Não veio para ficar!...”, e na coragem, livre da escravidão do poder, como um forte aliado na luta armada contra a submissão.
Aqui, não conta o passado para se escrever o presente, mas a consciência social de um tempo que há de vir inscrito no presente. Em resumo, “Não Veio Para Ficar” inaugura o ano com um Poema de Fé, na credibilidade de um futuro que existe agora, no presente.
Bom fim de semana, A.