sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Não Veio Para Ficar


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Não veio para ficar,
    Janeiro!...
Do céu só pode nevar,
Há olhos frios no ar,
Dinheiro,
    Não veio para ficar!...
O álcool aquece até queimar,
Do último dia até ao primeiro,
Companheiro,
   Não veio para ficar!...
Mais um passageiro,
Vendido por inteiro,
E ainda por pagar;
Vem lá o mensageiro,
Emissário do despertar,
Do medo verdadeiro,
    Não veio para ficar!...

Sem medo de sorrir,
Há, de acordar a decência,
Há, de perder o medo, a consciência,
    Há, num Janeiro qualquer, de o medo partir,
Há, no fim da noite, de nascer um dia de desobediência,
  Sem medo do que não veio mas há, de estar para vir!...
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1 comentário:

  1. A imagem é reveladora: A mão fechada em sinal de luta detém no punho toda a humanidade com a Poesia que dá forma à sensibilidade, combate a fraqueza e apoia a liberdade, seja ela azul, ou ‘blue’, em sinal de paz, e solidariedade.

    A atitude em tematizar o futuro sem torná-lo uma premonição, positiva ou negativa, mantém-se à distância apropriada do presente. Afinal, o futuro desejado é sempre aquele onde todos os sonhos são passíveis de serem realizados.

    Num jogo de memória e construção, a Poesia indica o caminho, não das flores, mas do sorriso, na esperança de que no novo tempo, “O medo verdadeiro,/ Não veio para ficar!...”, e na coragem, livre da escravidão do poder, como um forte aliado na luta armada contra a submissão.

    Aqui, não conta o passado para se escrever o presente, mas a consciência social de um tempo que há de vir inscrito no presente. Em resumo, “Não Veio Para Ficar” inaugura o ano com um Poema de Fé, na credibilidade de um futuro que existe agora, no presente.


    Bom fim de semana, A.

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