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segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

À Distância de Nós

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Tão próximos de nos aproximar,
Pela distância a que nos entregamos,
Por estar mais perto não nos esforçamos,
A desculpa das palavras tomou nosso lugar,
Já não sentimos o amor de onde devíamos estar,
Quem nos ama espera por nós, mas não chegamos,
Nem lhes damos um sentido abraço e logo nos vamos,
Procuramos na maior distância o sentido de abraçar!...
   
Somos apenas o vazios das palavras do que nos resta,
Somos o resumo do nosso texto por todos partilhado,
Somos um resto de nós resumido,
Somos o livro em branco mal lido,
Somos a distância que nada nos dá e nada nos empresta,
Somos palavras de um livro do humano juízo esvaziado,
Somos desumanos sempre tristes e sempre em festa,
Somos o próximo que se aproxima do que detesta,
Somos matéria em movimento sem significado,
Somos o livro que todos lêem e não presta,
Somos palavras de um livro apressado,
Somos… nosso vómito engolido,
Somos o que podíamos ter sido,
O que passou sem passado,
      Sem ter-se apercebido!...

Tão distantes estamos de um abraço,
São tantos os abraços dados por dar,
É o grato amor  um bem tão escasso,
    E desse amor tantos falam por falar!...


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terça-feira, 27 de setembro de 2016

Grande Cagada

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Ainda a dormir,
Cruzo a madrugada,
Ainda sonho em desistir,
Mas continuo a caminhada,
Sinto um vómito por mim a subir,
Não sei se hei de vomitar ou engolir,
    Há no caminho uma grande cagada!...

Há um cagalhão no passeio,
Com tantos sítios onde cagar,
Alguém cagou logo ali no meio,
Onde os olhos costumam passar;
Há sempre alguém para limpar,
A merda evacuada sem devaneio,
Está de tanta merda o mundo cheio,
Merda dos que se continuam a borrar,
    Por viverem na merda de tanto receio!...

Há sempre alguém que caga,
Em quem não se farta de cagar,
Há sempre alguém que muito paga,
     Pela merda dos que a deviam pagar!...

Todos se desviam dos cagalhões,
Montes de merda atravessados no olhar,
Há sempre quem procure a merda no ar,
E antes que a merda chegue às ilusões,
  Há quem acabe por cagalhões pisar!...

Mais valia borrar um pé,
Dizem muitos, já borrados,
Cheiram mal, fedendo de fé,
     Por muita merda já pisados!....
  
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terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Família Sem Impressão Digital


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“Ao rir-me da postura de seriedade,
Rasgo-me de riso com vontade,
Do meu produto mais sério,
Embrulho-o em mistério,
Ato-o com verdade,
Ajo com critério,
      E sobriedade!...”

*

Vendem-se Natais,
Compram-se os pais do Natal,
Apagam-se as impressões digitais,
Surdem com apelativas aparências divinais,
Mãos lisas que tentam alisar a Marca ancestral,
Sem deixar marcas, apagando a Santa Marca imaterial,
Do Fruto da árvore Mãe com as suas raízes mais naturais,
Árvore que com seus ramos cobertos por cada folha celestial,
Com sua árvore companheira, são raízes essenciais,
Do humano valor natural,
Em (e)terna vigília,
Amor universal,
     Família!...

      Família!...
Essa qualidade de valor eterno,
Valor incalculável a perder-se no valor moderno,
Templo invertido que desaba de filhos para pais,
Abrigo em construção do desamor fraterno,
Construído sem impressões digitais,
Por seres lisos de todos os Natais,
Sem marcas nem aderência,
Sem humana clemência,
Lisos por vis metais,
Triste demência,
    E pouco mais!..

*

“Anseio estar tão só,
Com minhas lágrimas sós,
Ato o riso com cegos nós,
Embrulho critérios em pó,
Dou-me à piedade sem dó,
      E choro por mim e por vós!...”

    
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