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sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Advento em Desapropriação


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Espreitam dias de sonhos satisfeitos,
Dias insatisfeitos não querem adormecer,
Nascem dias iguais em dias de preconceitos,
Vivem-se dias de advento pelo dia que vai nascer,
São vendados os dias condenados a escurecer,
Há um dia de sol a nascer em todos os leitos,
A hipocrisia insinua-se antes do anoitecer,
Há fitas de ouro para os dias escorreitos,
E fitas tristes em dias desfeitos,
Dias de entristecer…
Dias em que a tristeza se vende aos dias,
Dias que silenciam a chegada do mais belo dia,
Anunciam-se dias de sonho com singela hipocrisia,
Um dia de barba branca vende-se entre mercadorias,
Veste sorrisos vermelhos debruados com inúteis alegrias…
Dias de mãos vazias contemplam a chegada do dia da alegria,
Vivem dias de respeito pelo advento com humilde euforia,
Não temem os dias de dar à luz em noites mais frias…
Têm dentro de seus dias um dia a bater de calor,
E dia algum, por mais dia frio que se faça,
Não fará do dia um dia de desgraça,
Porque não há dia de maior valor,
Do que aquele que não passa,
Dia do Filho do dia Criador,
E de todo o dia Pecador,
Dia de toda a graça,
    Dia de Amor!...

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À espreita entre os dias de laboratório,
Dias cobertos de trevas tentam alargar seu território,
Trazem calabouços para trancarem as noites da Humanidade,
Concederam aos piores dias a perfídia do dom oratório,
Negociaram a Luz da Alma pelo desejo corpóreo,
     Tendo a morte do Dia anunciado como finalidade!...
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quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Tão Natal... o fugaz!...


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Ali estava a inocência a brilhar,
Dando abraços abertos de luz sem brilho,
O brilho abria os braços aos abraços do olhar,
Mas, muitos braços de ferro, com medo de falhar,
    Falharam quando não tiveram força para abraçar um filho!...

…ali estava toda inocência a brilhar,
Sem o brilho que os olhos inocentes ferisse,
Envolto em pouco mais do nada que nele se visse,
Pouco mais do Verbo nu conjugado no Ser de se dar,
É divinamente misterioso o Verbo que se quer conjugar,
   Tão divino quanto o Amor que partilhado se sentisse!...

…ali, numa manjedoura ainda sagrada de quente,
Pelo bafo das vacas, de burros e de todos os cordeiros,
Depressa se transformou em lascas de secos madeiros,
     Prontos para serem dores da Humanidade que sente!...

...ali... aqui,
Talvez em ti,
Longe do mal,
Mais uma vez,
Do fugaz se fez,
    Mais um Natal!...
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sábado, 21 de dezembro de 2013

Natividade Perseguida


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Ainda o Amor não nasceu,
Cada vez mais o perseguem,
Como se o estivessem a seguir,
Seguem-no com paciência de santo,
Decidem deixá-lo viver, por enquanto,
E, na perseguida esperança de o ver cair,
Deixam que braços imperiais o peguem,
     Braços de guerra onde o Amor morreu!...

As palavras oferecem esperança vã,
No vão da escada que sobe até ao céu da Fé,
Sob o peso do ouro que se faz num pesado talismã,
Desce a riqueza, à procura de mais riqueza no amanhã,
Da sobrançaria da montanha, a vertigem não deixa ver o sopé,
      Uma criança é salva para salvar o Homem e, por ele, morrerá, até!...

E lá vamos tropeçando na perseguição incessante da fútil prenda,
Queremos o ouro e o acesso à escada que ao céu, na terra, nos leve,
Não é em vão que vivemos nesse vão, sob as escadas sem emenda,
  Vãs, sãoas nossas dívidas à dúvida mais certa que nada nos deve!...
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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Presépios...

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Sem o brilho da ilusão,
Monta-se o presépio dos iludidos,
Em cada cena sobressalta a alucinação,
Abraçada pela insânia dos desejos perdidos,
É dormente a força perdida deitada nos pedidos,
E o desejo dorme no desperto íntimo da humilhação,
Enquanto o estábulo deserto pretende ser a negação,
Da Luz acolhida na esperança de todos os acolhidos,
Para quem a saudável humildade é a realização,
   Dos humildes desejos dos desiludidos!... 

No outro lado prescindiu-se da esperança,
Enfeitaram-se pinheiros de ouro com peso imoral,
Nada se perdeu nem em Jesus há qualquer semelhança,
Com o pequeno brilho desprezado pelo infiel fiel da balança,
Onde são pesados os mais pesados erros de enfeite fatal,
E há ricos que se vão perdendo numa alucinada dança,
   Nos delirantes tentáculos de um padrasto natal!…

Ardem palhas de conforto possível,
Nos olhos inflamados em fogo sem rosto,
Derramam-se lágrimas falsas de combustível,
   Na Esperança sempre vítima de fogo posto!...
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