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Aproximam-se do arco da ponte mais alta,
Caindo do chão até às vertigens oscilantes,
É tão antecedente a cruel tristeza que
salta,
Ante os olhos da pouca felicidade que
falta,
Há o abraço vazio abrindo-se por instantes,
E antes que as angústias se façam
distantes,
Despediu-se o adeus à indiferença da malta!...
A malta guinda-se até ao fundo do próximo
dia,
Descem comprimidos para amortecer o
abraço,
A malta vende dias anteriores à memória
vazia,
Descontinua-se o pilar da ponte sob a travessia,
Sucumbe a ponte que é testemunha do
cansaço,
E
de sua tristeza que pela fria malta se angustia!...
Tantos dias a construir a ponte, agora
oscilante,
Sem que soubesse de alguém que o soubesse,
Talvez o seu silêncio triste no-lo dissesse,
Mas o dia a dia foi sempre hesitante,
Talvez a ponte não fosse o que parece,
E o amanhã não parecesse tão adiante,
Dessa solidão de todos os dias tão distante,
Tantos dias, e um só dia que fosse, assim o quisesse,
Como se, em vez do salto, fosse travessia confiante...
Como se, em vez do salto, fosse travessia confiante...
Ao olhar da malta!...
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