.
.
.
O que mais as revoltavam,
Era o prazer de tanto gostarem,
De suas culpas que lhes apontavam,
Simulando a denúncia que lamentavam,
Não se sabe se por não se envergonharem,
Ou por mais rumores que sobre elas faltavam!...
Sentadas no último banco da Igreja em
ruinas,
De mãos unidas num entrelaçado de fingimento,
Faziam ondular uma sequência de
invisíveis cortinas,
Até ao velho padre que aos olhos das
sagradas doutrinas,
Vestia transluzimentos de Deus, cobrindo-se
de fundamento,
Da brisa dos rumores iam caindo cortinas
de pensamento,
Até só restarem a porta fechada e quatro esquinas,
E o rumor invisível de um divino lamento!...
Com os rumores do tempo,
Rumores em invisível abatimento,
Cada esquina ruiu envolta em solitude,
As cortinas ainda ondulam naquela
quietude,
Inquietas com os rumores que batem à
porta,
Dizem que fora de portas há uma igreja
morta,
Envolvida em cortinas desprendidas da virtude!...
Atrás da porta fechada, ondula a solidão do
vazio,
Não há ventos de paz e a meiga brisa do
amor ruiu,
A boa-fé na plenitude de Deus entrou em
desvario,
Um mensageiro sem saída perdeu-se num
desvio,
Vazio de Humanidade aproximou-se cheio de
frio,
Ajoelhou-se em frente da velha porta que
se abriu,
Orações vazias jaziam sob o pó do futuro
sombrio,
Já dentro de si, olhou para fora e com a porta caiu!...
Com o Amor a perder-se num caminho tão
incerto,
E com Jesus a nascer, nascia o Amor ali tão perto!...
E com Jesus a nascer, nascia o Amor ali tão perto!...
.
.
.