.
.
.
Os dados já foram lançados,
Libertarão a brancura das pombas,
Os olhos da verdade continuarão jogados,
Os olhos da verdade continuarão jogados,
Pouca sorte a dos inocentes condenados,
A peças mortas em tabuleiro de bombas!...
Mais um segundo de vida que passou,
Ultimo momento de um estranho jogo,
Na falta de tudo, tudo vale, até o rogo,
Perdeu tudo quem toda a vida queimou,
Ardeu a inocência consumida pelo fogo,
Ardeu todo o tempo que a vida apostou!...
No fim,
Aposta-se tudo que já não se tem,
Na esperança de tudo vir a ter,
A sorte não começa, porém,
Aproxima-se o fim com desdém,
Sem o dia seguinte, acabado de perder,
Talvez houvesse um dia de sorte mais
além,
Naqueles momentos que passam sem se ver,
Deixa o desejo que todo o prazer contém,
E por ele é capaz de a inocência morrer,
Morte do dia seguinte que já não vem,
E jamais haver a sorte de o saber!...
É no princípio do fim,
Que se aposta em tudo que se perdeu,
Aposta-se em todas as flores de um
jardim,
No mesmo jardim onde tudo morreu!...
.
.
.