.
.
.
De intuito um tanto torto,
Impensável sem o parecer,
Sem pensar e em si absorto,
Sepultado em si, sem o saber,
Não houvesse quem por si haver
Haveria de o pensamento já morto,
Pensar em não pensar em morrer!...
Viveu como quem não morresse,
Vida sua que, de si, em si morreu,
E se vida houve que Deus lhe deu,
Foi a vida do que lhe apetecesse,
Talvez agradecer sua vida devesse,
Rebentou de ingratidão e morreu!...
Engana-se a vida e morte, por aí,
Vida que morre dentro de alguns,
Uns dizem que é um pouco de ti,
Outros já sem a vida dentro de si,
Afirmam-se vivos como nenhuns!...
Indiferentes a tal forma de azar,
Pouco lhes custará a sua morte,
Não quiseram viver para se dar,
Morreram sem a sua vida pagar,
Por
sua vida e desgraçada sorte!...
.
.
.