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…e vieram os dias seguintes,
Dias de silêncio e pouco luminosos,
Dióspiros vão amadurecendo, silenciosos,
Como sombras maduras da luz dos pedintes,
Revelavam-se tímidos aos cegos ouvintes,
Olhos fechavam-se aos frutos preciosos,
Amoucados com todos os requintes!...
Gente de carne, osso e pensar desossado,
Comem carne e os ossos até morrerem de
fome,
Aos humildes dias de fartura comeram-lhes
o nome,
Sem nome, vai passando o esquecido
passado,
Pelo amanhã sem futuro que gente come,
Até restar um obeso dia de pecado,
Que um dia de tão enjoado,
Nele mesmo se some!...
Há um dia cheio de Luz em que Ele nasceu,
Há um dia cheio de Luz em que Ele nasceu,
Um dia antes do milagre, só se pensa em
comer,
O dia seguinte apresenta a conta pelo que
se comeu,
Por conveniência, a fome fez de conta que
morreu,
A magra fé no alimento da Alma continua a
morrer,
A necessidade da Alma alimentada desapareceu,
E a ilusão da carne na carne continua a nascer!...
Confunde-se a falta de fé com inocência,
Ter fé na bondade é para pobres
inocentes,
Avaros, os cépticos continuam prudentes,
Em vez da Alma e consciente consciência,
Preferem esconder Deus entre dentes,
E
morder a língua em feliz aparência,
Continuando sem fé e descrentes!...
Lá virá outro Natal,
Natal que todos os dias será,
Jesus é menino todos os dias, afinal,
Para cada filho de Deus há um dióspiro
bem real,
Fruto da árvore daquele que dela
cuidará!...
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