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sábado, 26 de maio de 2018

Vinho de Amigos

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Bebia sempre sozinho,
Bebia com alguma mágoa,
Havia muitos amigos do vinho,
    Em fundos copos vazios de água!...

Saboreio momentos de carinho,
Em que embalo o copo na mão,
Beijo-o com alma e coração,
E por ele já tão caidinho,
Levo um empurrão,
  E caio do vinho!...


É viva minha sede de vinho,
Mato minha sede com água,
Triste sóbrio, acordo sozinho,
    Afogado numa triste mágoa!...

Vamos brindar,
Amigos do vinho,
Até o vinho acabar,
Amigos, vamos cantar,
Vamos beber devagarinho,
   Vamos fazer a amizade durar!...

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terça-feira, 17 de outubro de 2017

Portas, Aldravas e a Chantagem

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Chantagem, diziam os homens duros,
Chantagem, diziam as suas mulheres escravas,
Eram os homens, de suas mulheres, senhores puros,
Eram as suas mulheres, em suas portas, as aldravas,
Mulheres que atrás de suas portas ficavam bravas,
    Homens, as suas portas para imutáveis futuros!...

Não se abrem as portas, por coscuvilhice,
Trancam-se as portas a qualquer aragem,
Por asfixia, morrem elas e eles, de velhice,
São eles, trancas à porta de quem as visse,
Atrás de tristes portas espreita a coragem,
Esconde-se atrás das portas a mensagem,
Escravos, escravizam escravas da sandice,
Prestam as portas, à aldrava, vassalagem,
Fechados atrás de trancas de tanta tolice;
Entre beijos, em viagem,
Entre abraços, passa uma miragem
 Meigas, as aldravas batem à porta,
Fecham-se as portas de cara torta,
 Para se aldrabarem na chantagem,
      Ali as fecham e pouco lhes importa!...

Passa uma mulher com seu homem, despidos,
Sorriem, riem e beijam-se como ninguém,
São pelas portas e aldravas temidos,
Deixam os chantageados divididos,
E as chantagistas também,
 Que, entre portas perdidos,
Escondidos como lhes convém,
Vendam suas janelas com desdém,
     E pela inveja de suas janelas são possuídos!...

Em casa, cada um faz o que deve,
Todos mandam no que é seu dever,
Por amor e respeito tudo lhes é leve,
Abrem suas portas a quem os quer ver;
Sempre despidos,
De suas almas nuas,
Sempre vestidos,
    De Almas suas!...


-Chantagem!...
Diziam os desalmados,
-Chantagem,
   Amam para serem amados!...
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sexta-feira, 17 de março de 2017

Caminho do renascer (28)

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Cada um é para o que nasce,
  Eu nasci para ser este que sou,
Não sei se virei por onde vou,
  Se por um caminho eu ficasse,
 Antes de partir já eu chegasse,
     Longe do caminho onde estou!...

Se o caminho tivesse nascido,
 Talvez, só depois de eu nascer,
O meu caminho tivesse de ser,
E antes de caminho o ter sido,
Talvez pudesse eu ter podido,
     Ser meu caminho sem o saber!...

  Caminhas sobre mim ao passar,
  Paras, serena, em cada cantinho,
  Talvez, contigo, eu passe sozinho,
  Só, que nunca só, por só te amar,
        Tudo em ti, percorro com carinho!...

Caminho sobre ti, devagarinho,
 Eu sei a razão do meu caminhar,
Leve, me enlevo e te levo a voar,
Sobrevoamos o nosso caminho,
    Vemo-nos renascer para voltar!...

E se sentimos que tudo temos,
 E somos o que somos por o ser,
E somos para o que nascemos,
     Deste Amor sempre a renascer!...
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quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

A Vontade que Falta


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Está um normal tempo de danar,
Tempo de ver corações já frios gelar,
O frio já faz tremer a vontade da malta,
Ainda não é chegado o tempo de nevar,
O tempo é paciente e não se quer vingar,
     Mas vontade não lhe falta!...

Subiu na vida sem ter nada a perder,
Subiu ainda mais do que seria de prever,
Subiu até ao pico de sua vaidade mais alta,
Deixou de olhar por onde poderia descer,
Sabe que destronar Deus não pode ser,
         Mas vontade não lhe falta!...

É o melhor amigo do seu amigo,
Partilharia sua cama e daria abrigo,
Um amigalhaço, um inofensivo peralta,
Trás a sua silenciosa mulher sempre consigo,
Não cobiça mulheres alheias atrás do seu umbigo,
      Mas vontade não lhe falta!...

Chega a ser o melhor amigo do tempo invencível,
Escada da sorte que, por tanta sorte, o sobressalta,
Ser completude para além de si é impossível,
Não é homem à prepotência suscetível,
    Mas vontade não lhe falta!...

O coração frio continua de arrepiar,
Sobre nuvens, treme de frio a vaidade,
O quente olhar do sol continua a brilhar,
Olhos sabem que tanta luz pode cegar,
Podiam abrir-se à verdadeira saudade,
E acordar de alguma falsa humildade,
Bastava olhar abaixo para se salvar,
  Mas falta-lhe a vontade!...

    
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quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Recomeço do Sorriso


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Antevejo o que não vejo,
A venda de sorrisos sem apreço,
A tristeza não compra o desejo,
E não querendo ver o que vejo,
Não me revejo no que pareço,
Vejo-me e logo desapareço,
Encontro-me e festejo,
    O dia do recomeço!...

Que me reste um sorriso para te dar,
Que o teu sorriso me ofereça o sorrir,
Que nossos sorrisos se façam notar,
    Na esperança do que está para vir!...
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quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Sumiço dos Afetos

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Quantos inimigos da verdade,
Tantos inimigos que a mentira vai unindo,
Unidos na construção do mundo que vão destruindo,
Juntos na intriga, dividem a natureza da verdadeira amizade,
Intrigante o sumiço do afeto que parece não ter deixado saudade,
Toma-se chá de sumiço com o açúcar que nos está mentindo,
     E restamos-nos amargos amigos da desigual igualdade!...

Para que o melhor do mundo seja só dos farsolas,
Há redil mais eficaz do que o anestesiante prazer do deleite,
Pela satisfação de esquecer o passado por um futuro de esmolas,
       Quando a esmola são palavras de água que virão ao de cima no azeite?!...
Desdenham as beatas por tal disparate não ser reacção que se aceite,
     E têm razão, as velhas liberdades enclausuradas em gaiolas!...

Já não as atinge o afeto involuntário do orgasmo,
Atingidos que foram os afetos cada vez mais afectados,
Amigas de si mesmas, deram-se ao sumiço do entusiasmo,
Divindades sarcásticas, ajoelham-se ante o olhar do sarcasmo,
São-se amigas sem nada, entre inimigos deleitados!... 
  
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