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quarta-feira, 18 de abril de 2018

Olhar d'Alma (Para lá dos Olhos)

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Era, quem aquém dos olhos, ponto cego,
Escondida atrás de suas pálpebras invisíveis,
Nunca se lhe vira no olhar pontos insensíveis,
Do meu olhar periférico, há luz que não nego,
   Abrem-se meus olhos a olhares impossíveis!...

Eram olhos, dos seus olhos, muito além,
Aquém do invisível desejo de pouco ver,
Via-se pouco vendo o que via sem saber,
E, se não sabendo, via como ninguém;
Se do seu olhar, sua luz quisessem ter,
Sentiriam na alma o melhor do bem,
Ainda que o quisessem sem querer,
Dariam à luz, a sua luz também,
Gratas a Deus por conceber,
   E ver seus olhos de Mãe!...

Ver com a alma e acreditar,
Sorrir como quem sorri,
O sorriso do sonhar,
Para lá do olhar,
Para lá de si,
    E amar!...

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terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Ele... o Caminho do Fruto e a Dádiva

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Se Deus te der pinhas,
Provavelmente terás pinhões,
Pinhões, nem sempre uma pinha tem,
Poucos têm pinheiros mansos, também;
Assim são as árvores férteis em razões!...
Se Deus te der boas castas, terás boas vinhas,
Mas não estejas atido a divinos garrafões,
Se te lembrares, verás que nada tinhas,
E antes que Deus te desse a alguém,
  Fez-te fruto da tua única mãe!...
Haveriam ovos sem galinhas,
O cento e um sem o cem,
Reis casados sem rainhas,
     Ou o aqui sem o além?!...

O que seria das desilusões,
Dos iludidos com suas ilusões,
Dos desiludidos sem alguma dor,
Dessa ilusão sublime do amor,
Esse brilho nos corações,
 Dádiva do Criador?!...

Se Deus algum sinal te der,
Abre o teu coração e agradece,
   Um sinal de Deus, quem não quer?!...
Saber caminhar por onde Ele vier,
É o caminho que te engrandece,
Se bem fizeres como Ele fizer,
   Amor em teu coração cresce!...

Mas… Há homenzinhos que Deus comem,
Deus lá lhes vai perdoando,
Todos sabemos até quando,
   Não estejas à espera que Deus te faça Homem!...


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quarta-feira, 19 de julho de 2017

Como Podes...?!

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Como podes julgar-me?!...
Julgar minha Fé expurgada,
Livre das tuas doutrinárias razões,
Que obedece ao canibalismo das comunhões,
Sem razão nem razoável clemência comungada,
Apenas temente à obrigação das cegas adorações,
Da configuração dos homens em suas prisões,
Configurados em cada palavra configurada,
Como se tua palavra fosse sagrada,
        Em teu juízo de divinas privações?!...

Como julgas, julgar-me?...
Julgando como aquele que te julga,
Esse que te obriga a escravizar-me,
E toda a liberdade da fé promulga,
    E da fé decreta libertar-me?!...

Como podes castigar-me,
Se nunca foste castigado?!...
Como podes reconhecer a razão,
Se a razão é um elo quebrado,
Na corrente da manipulação,
Inquebrável, sem nação,
O poder do enviado,
Imposição do diabo,
    Excomunhão?!...

Excomunhão!...
Como podes excomungar-me,
Excluir a minha Fé do Caminho,
Se sinto nosso Deus convidar-me,
    Para comer o Pão, beber o Vinho?!...
Ele é a fome que está a tomar-me,
É a sede que quer saciar-me,
É o murmúrio de carinho,
Que me alivia do teu espinho,
O teu julgamento de crucificar-me,
    Só porque julgas eu acreditar sozinho!...

Como podes libertar-me da minha liberdade,
Sem enclausurar a minha esperança em Deus,
Se não tens lugar à mesa da divina verdade,
    Onde não senta a crença de amigos ateus,
        Amigos teus sem dó nem piedade?!...

Como não é possível julgares-te,
Como podes não castigares-te,
Não excomungares-te,
  Ou libertares-te?!...
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sábado, 7 de janeiro de 2017

Morder a Língua

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Que nunca a minha língua se tolha,
Meus dentes nunca deixem de a morder,
Quando o veneno, -ai, que Deus me faça a folha,
-Se verta sobre a brancura limpa da  minha escolha,
Pois, -bem vindo és, ó meu desejo triste de morrer,
     Antes que, pela morte do que sou, eu deixe de o ser!...

Quiz o diabo que meus dentes caíssem,
Um a um, desiludidos após mais uma desilusão,
Quiseram os homens que as verdades não vissem,
Um a um, venderam-se à eterna mentira por omissão,
Quando descobriram que padecia de eternidade, o coração,
E como se, enquanto homens, como homens não  existissem,
    Condenaram sua Alma à própria consciência em extinção!...

Procuro o único antídoto no que resta da humanidade,
Pressinto-O na réstia que ilumina a esperança dos filhos seus,
Mas, entre os seus filhos iguais, é tão abismal a desigualdade,
Que as guerras por coisa nenhuma são uma necessidade,
    Talvez (mordo minha língua) um descuido de Deus!...


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terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Não Sei o Que Dizer

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Tantas são as palavras de amor,
Tão pública a compaixão pelo mais pobre ser,
E, não sabendo, aqui estou eu sem nada saber,
Pouco ou nada sei, afinal, sobre a explícita dor,
Pouco sei do que sabe Deus e Nosso Senhor,
Nem sei com quantas palavras fazer,
O que não faço por não perceber,
As silenciosas Palavras do Criador,
E ao seu sábio silêncio me submeter,
Na esperança de ser-me posto ao dispor,
A Fé inabalável de jamais deixar de crer,
Nesta alma aprisionada em meu exterior;
-Liberta minha Alma em meu interior,
Anseio por meu coração enternecer,
Liberto do limite, fazer-me crescer,
Ser como teu terno coração acolhedor,
Onde eu acolha toda a vontade de merecer,
Tua divina força que me convide a fortalecer,
Até à força de ajoelhar-me como humilde vencedor,
Até ser capaz de todas as fomes, humildemente, vencer,
Derrotar, meigamente, guerras e provar o divino sabor,
    Do que a tua doce bondade me possa conceder!...

Não sei que dizer,
Desta fome que não pára de alastrar,
De todas as lágrimas que já deixaram de brilhar,
Das crianças que deviam ter lugar em nossos corações,
As nossas crianças que não aprenderam como não chorar,
Choram por todas as lágrimas ausentes de todas as nações,
Só não aprenderam a chorar pelas suas cruéis privações,
Não sabem a quem suas lágrimas, brilho estão a dar,
Lágrimas cantadas em valiosas canções,
Música e diamantes que a fome continua a alimentar,
Sobre tocantes lágrimas de caridade, erguem-se instituições,
Em nome de Deus e dessa caridade incapaz de ajudar,
O coração sem Alma de todas as frias emoções!...

E esta minha vergonha que não pára de crescer,
Cercada por terços feitos de lágrimas em suas orações...
   Diz-me Tu, meu Deus, porque eu não sei o que dizer!...
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domingo, 7 de agosto de 2016

Autómatos de Deus

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O autómato sintomático,
Com sintomas de automatismos,
Faz um discurso automático,
Cheio de preciosismos!...

Invoca automatismos de Deus,
Como se os autómatos fossem todos ateus,
Faz-se crer um enviado de deus e autónomo,
Sabendo-se um religioso heterónomo,
De automatismos que não são seus,
Preçário automático de fariseus,
Preço de obediente ecónomo,
   Títere articulado por judeus!...

E não faz perceber que se apercebe,
De ser um frio autómato programado,
Em sua celebração os autómatos recebe,
  Fala-lhes dos autómatos, mas nunca da plebe,
Esse rebanho autómato por autómatos orientado,
Automatizando a liberdade desse cordeiro sacrificado,
Obrigado a ser autómato que sangue de Cristo bebe;
É o corpo sem alma,
Corpo que se espalma,
Entre a prisão e a consciência,
Onde se move com triste calma,
Envolto nesse véu de reminiscência,
Quase Espírito sem coexistência,
     Que a razão autómata desalma!...

Passo a passo,
Assoberbam-se do seu Deus,
Nada mais cabe em corações seus,

  Nem para a verdade de Deus têm mais espaço!...
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terça-feira, 19 de julho de 2016

A Paz da Consciência em Guerra

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Na guerra como nunca se viu,
Os deuses fazem guerra contra Deus,
A vida é derrotada como nunca se sentiu,
É o triunfo da morte e o adeus!...
Adeus… adeus…
Adeus deuses e Deus,
Até nunca mais ver,
Oh, crentes e ateus,
Já nada custa morrer,
Vivem os vivos por viver,
   Indiferentes à morte dos seus!...

Por cada vida milagrosa,
 Pelo admirável milagre da vida,
É a lenta morte, mais ambiciosa,
Antecipa-se à vida muito vagarosa,
    E triunfa sobre a esperança perdida!...

Que raio de vida é a tua,
    Tu que temes viver uma vida sem medo?!...
Levantas-te, de madrugada, muito cedo,
Cedo, sais da tua imunda consciência nua,
Como se te procurasses no lixo da rua,
    Lixo que te reveste sem segredo!...

Houve uma guerra que todos viram,
Há uma guerra que ninguém vê,
Está, da morte, a vida à mercê,
De ver, já os olhos desistiram,
    E ninguém confessa porquê!...

Ainda não te despeças,
A morte ainda vem a caminho,
Ainda estás vivo, não o esqueças,
 Vive a Vida, ainda devagarinho!...
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