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Quando um
animal,
Assume seus
tiques racionais,
Confunde-se
entre seus iguais,
E a
igualdade mental,
De uma
diferença normal,
Diferente
em todos os animais!...
Quando um
burro,
Á margem de
uma elite social,
Assumindo
um comportamento anormal,
Confrange-se
por seu defeito casmurro,
Ao querer
fazer-se fenómeno verbal,
Não
consegue esconder seu visual,
E mostra em
seu íntimo, o surro;
É o cheiro da
natureza essencial,
A sabedoria
da burrice natural,
Desafiando
um inteligente murro,
Ou um coice de outro burro igual!...
Quando um
animal,
Que opôs
sua sombra à minha passagem,
Se quis
contrapor entre meu foco principal,
E a
intenção do teor de minha mensagem,
Decidindo
defender a fraternidade integral,
Soltou da
boca um coice colossal,
Oferecendo-me
uma enorme vantagem,
Sobre a
enormidade maior da sua abordagem,
Antecipação do asinino comportamento
habitual!...
Então,
quando estava eu prontinho,
Para
fotografar o que minha alma via naquele ser,
Surgiu
entre as grandes orelhas espetadas do animalzinho,
Um afoito
sarilho colado à sombra de um homenzinho,
Que lá do
alto dos seus bicos de pés atreveu a esclarecer,
O
imperativo da fotografia à sua autorização obedecer,
Esbugalhando,
ao burro, os seus castanhos olhinhos,
Que soltou um zurrar de perfeito
entender!...
-Ouça lá,
-dirigiu-se-me o homenzinho com ligeireza,
Você pediu
autorização para fotografar-me, e ao jumento?...
Ao que eu
respondi no momento:
-Caro
amigo, eu não pretendo fotografar sua esperteza,
Mas, apenas
a inteligência do burro e o seu lamento,
Por ter um dono com tão néscia
subtileza!...
Há criatura
que vendo na burrice alheia,
Um tesouro
que, na burrice deles, acham não ser seu,
Fecham os
olhos à sua burrice, da que cada qual se rodeia,
Agradecendo
a burrice que, parecendo-lhes leve, os arreia,
E os
derreia com a burrice própria do próprio sandeu,
Que, pela
cobiça de burro toda a burrice granjeia!...
Zurram os
burros sorrateiros,
Dos outros
burros mais espertos,
Que, ao
julgarem ter os olhos abertos,
Carregam os burros verdadeiros!...
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