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terça-feira, 19 de setembro de 2017

Frio Calor do Amor Tardio

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Quando o frio te procura e te aquece,
Talvez já nada soubesses sobre o calor,
Atravessa-te um arrepio e desaparece,
Temes que seja um calor que arrefece,
Beijo insensível duma sensação de dor,
Um beijo que te gelou e por ti regresse,
    Volte como fogo para gelar-te de amor!...

Este frio de outono que te acaricia,
Talvez seja lume, um sinal de vida,
Uma quente emoção esquecida,
O amor de quem já não sabia,
   Da paixão em gelo derretida!...

Esse frio,
Amor prematuro,
De algum calor vazio,
Aparente, egoísta e vadio,
Esse sol de verão imaturo;
Este Outono, gentil e bravio,
Talvez nostálgico e inseguro,
Folha caída, talvez sombrio,
Seja Luz, calor e futuro,
  Esse amor tardio!...

Quando o frio começa a perder-se por ti,
Manifesta-se numa lufada faustosa e feliz,
Baila entre belas árvores despidas e sorri,
   Vês o bailado de folhas que voam e sorris!...
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quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Do Calor do Gelo ao Degelo da Verdade

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Nada!..
Nada é o que parece,
Nada é do que parecia,
Nada, do que eu quisesse,
Por mais que sábio se soubesse,
Pouco mais foi do nada que dizia,
E tudo se ficaria pelo que dissesse,
    Até à relatividade de um certo dia!...

Do frio à fria morte do frio global,
Dos icebergs ao congelado pesadelo,
 Do degelo do Sol ao inferno do gelo total,
Das queimaduras geladas ao frio apelo,
Do fogo que derrete na antártida bocal,
Até aos glaciares da palavra diagonal,
     Conservada no mais sólido gelo!...

Aftas e outras úlceras bocais,
A frieza do calor e a febre infernal,
A doença secular dos nossos ancestrais,
Convencer os aviões a amarar nos cais,
Conseguir pôr um barco num voo colossal,
E antes que que o mundo se aperceba do ritual,
Fenómenos inconcebíveis de manipuladores globais,
Ditam a queda de cada mundo, a queda mundial,
Depois do princípio das verdades mais irreais,
Gelo e fogo de existência transcendental,
    Sem contestações fundamentais!...

Tudo arde sem arder,
Sem arder tudo vai ardendo,
Queima-se a verdade sem saber,
   E sem saber vai a verdade morrendo;
Como se a mentira ao degelar,
  Em vez de líquida se tornar,
   Na mentira fosse fervendo,
      Para logo se evaporar!...
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quinta-feira, 27 de julho de 2017

Gelo do Fogo Posto

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É tão fácil culpar as chamas,
Pelo fogo que te vai consumindo,
É tão fácil ser livro feito de lindas flamas,
Livro que vai ardendo nesse fogo que amas,
Sem frases que, ardendo, fossem luzindo,
Por cada página que te vai consumindo,
    Ao abrigo do fogo que tanto clamas!...

É tanto o calor,
É insuportável o frio sem rosto,
São tão tristes as cinzas frias do amor,
  São tantos os corações vítimas de fogo posto!...
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sexta-feira, 6 de maio de 2016

Sol Indiferente

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Como é possível a este Sol indiferente,
Conseguir queimar minha sombria solidão,
Ou aquecer meu sangue, outrora quente,
Por onde te perdias até ao meu coração,
Correndo em liberdade omnipresente,
Presente naquele latejar de paixão,
Se, por mim, eu te fiz ausente,
E, tão silenciosamente,
    Se foi a emoção?!...

 Tão só, o sol em sua solitude,
Longe da noite triste e fria, ardendo,
Arde por dentro, em toda a sua plenitude,
Aproxima-se da minha solitária quietude,
Longe do Sol, nu de tudo, tremendo,
E é o sol que me veste, doendo,
Reveste-me de fria infinitude,
     E de calor vai entristecendo!...

Como foi possível anoitecer,
Em nossos olhos tão radiantes?!...
   Porque volta o Sol ao amanhecer,
Tão abrasador como o era antes,
Se adormecemos tão distantes,
Tão longe de arrefecer?!...
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segunda-feira, 20 de julho de 2015

Rio de Fogo

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Neste maldito inferno frígido de diabólico calor,
Vi com estes olhos que muito vinho têm bebido,
As chamas violaram as águas de um rio perdido,
Um grande fogo apagado, esse infernal estupor,
Atravessar rios a nado e deixar um sabor ardido,
     Incendiou frescas águas e levou consigo o amor!...

Quisera o rio encher-se com o sal das marinhas,
E ser atravessado pelas ardentes sereias ufanas,
Enchera-se de sol, de sal e areias muito fininhas,
Seriam os seus lábios beijados por doces rainhas,
Abriram-se ao fogo, as suas margens mundanas,
Mas, a nado veio o fogo do nada,
Levou o inferno à vaidade afogada,
Desse rio que foi ardendo num mar de chamas!...

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Há uma pequena enseada,
Há enseadas calmas e sozinhas,
Passam as doces águas calminhas,
O rio beija a quente areia enamorada,
     Acaricia-a com suas águas fresquinhas!...
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sábado, 3 de agosto de 2013

DiVerso Agosto d'Alma

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Este calor que abafa o discernimento,
É anaeróbio efeito perfeito de agosto,
Entre asfixiantes virtudes entreposto,
Em tentativa de fuga ao ensinamento,
Tentando o inalcançável entendimento,
Através da estrutura perfeita do rosto,
    Frígido de intencional arrefecimento!...

A virtude é um cubo em arestas de gelo,
Ausentes das paredes que o sustentam,
Com ângulos de perspectivas sem apelo,
E o ângulo flexível de quebrado cotovelo,
Dores fortes que os soníferos aguentam,
Fazendo de conta que contas inventam,
    Pertinaz o empenho de tão obscuro zelo!...

Entre Krystais, vêm envoltos em calma,
     DiVerso, A.braços e os estados d’Alma!...

Pobres poetas e outros miseráveis,
Caminham nos abraços da conivência,
-Nunca lhes caem os braços,
Nem o labéu-
Comungam do divino pão que se bifurca,
Chafurdam em vinhos de sangues misturáveis,
Aflorados no rosto de irresistíveis aparências,
Entre acordos tácitos de egoísta convergência,
Essa subtileza manhosa que o incauto deturpa,
Desfigurando a virtude dos defeitos louváveis,
-Sempre vinculados aos laços,
E às promessas do céu-
O efeito do defeito em virtudes reprováveis,
Que a violência intrometida do verbo usurpa,
Visando os fins dos princípios que conspurca,
Os mesmos princípios de redita persistência,
-Submissos sucessos de cu ao léu,
Enrabados por fracassos-
   Repetindo-se em anáforas de contingência!...

Mas, este é só mais um mês de Agosto,
Mês de poucas virtudes… e muitos defeitos,
As férias da denúncia e a surpresa de novos conceitos,
O silêncio da confissão atroz desconhecida no rosto,
Bem conhecida dos propostos a cargos escorreitos,
Longe dos gritos de tristeza e alegre desgosto,
     Fim inacabado dos krystais imperfeitos!...

Também este Agosto é mês de krystal,
Será sempre DiVerso de todos sem preconceitos,
Será o perfeito defeito da virtude natural…
Ou apenas mais um defeito revelado de Agosto,
    Na virtude de um Poema… sem rosto?!...
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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Lágrima!...

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Perto do sol que arrefecia,
Esgueirando-se do pôr do olhar,
Pelo desencanto dos olhos escorria,
Uma pequena lágrima que de tanto cintilar,
Teimava em fazer olhos apagados brilhar,
Escondidos na noite triste que sentia,
Algum amor que neles se erguia,
      Longe do desejo de amar!...
E ali ficava um corpo a arrefecer,
Gelando a esperança nas veias entristecidas,
Esvaziado de sua longínqua vontade de desejar,
Sem a vontade de encher-se com o desejo de viver,
Ali nos braços das más recordações consentidas,
Ao abandono das horas felizes esquecidas,
    Que amor algum deixaria esquecer!...
E ali se punha o sol sem aquecer,
Lançando raios de uma sedução cintilante,
Sobre a pequena lágrima em deslize periclitante,
Já muito perto de cílios vencidos pela indiferença;
E o raio dos raios sedutores,
Sementes de tão ofuscada descrença,
Na certeza de terem desferido a derradeira sentença,
Afastaram-se em suas vestes de sombra triunfante,
Alheios à sombra da mais silenciosa das dores,
E do grito sem destino engolido à nascença,
Para ser grito de gritos libertadores,
      Mas sempre tristes!...
E ali ficaram os olhos caídos,
Entregues à Vida de uma lágrima resistente,
Tão lágrima de uma vida desistente,
Ingénua de puros sentidos,
E do sentimento doente,
   Que não chora pelos vencidos!...
     E venceu!!!...
Quando se deixou cair,
Nos lábios já do beijo esquecidos,
Foi beijada por desejos sequiosos,
E outros desejos a reluzir,
Reanimados e luminosos,
Um novo olhar posto no porvir,
que graças à graça de intenso sentir,
   Por uma pequena lágrima foram renascidos!...



Peço a Deus,
Que perdoe pecados meus,
Que te seja lágrima de olhos em mim,
Perdão me concedido aos olhos teus,
 E que para sempre nos olhe assim,
Com a Esperança até ao fim,
    No perdão em olhos Seus!...
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