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Indiferente,
Logo à nascença,
Da vida inconsciente,
O seu despertar aparente,
O seu despertar aparente,
Em silêncio, destino e sentença,
Do seu próprio destino ausente,
Fortuna ou desdita, indiferença;
Fechado em si, se deixou ficar,
Num sono sereno, sem dormir,
Suspenso em seu voo sem voar,
Sem saber como o vento sentir,
Ou daquele estranho sono sair,
Sem
aprender a querer sonhar,
Com o pranto ou um leve sorrir!...
E ali ficou,
Até que veio outra doença,
Doença indiferente que o abraçou,
Com ela veio a morte que quase o levou,
Nem a morte venceu sua indiferença,
Indiferente, pouco lhe importou!...
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