.
.
.
Todas as árvores do mundo de todos os
montes mais altos,
Amantes do vento que todas as árvores,
sem ciúmes, amava,
Murmuravam histórias de cinza que o vento
quente soprava,
Falando da morte de todas as florestas em
todos os planaltos,
E da respiração dos homens, queimada em
inumanos assaltos,
Perpetrados por um assassino que seu
próprio filho matava!...
Árvores, por breves momentos de luto, em
agonia,
Entre brumas de traição e o inferno que
as consumia,
Choravam lágrimas de cinza ao ver o seu
amante, o vento,
Soprando o amor que transformava numa
infernal ventania,
Daquele amante que, pelo amor de suas
amantes sedento,
Continuava a amá-las tanto, quanto do
fogo era o sustento,
Sem
compreender que, por tanto amor, ambos destruiria!...
Há um código gravado numa misteriosa linguagem, à parte,
Que o post-scriptun da NASA só induz aos
públicos ladrões,
Descodifica a imortalidade no frio sem
escrúpulos de Marte,
Conservando os genes intactos para
escolhidas ressurreições,
Àqueles que destruíram planetas azuis e
seus verdes pulmões,
Exibindo seus crimes em ricas galerias, como a mais bela arte!...
Depósitos inflamáveis de comerciais intentos mesquinhos,
Trespassam a feição dos ventos que rasgam
céus queimados,
E metáforas negras serrando veios nos
anéis de valiosos pinhos,
Com fumo negro da energia renovada entre
fogos cruzados,
Que assinam de cruz secretos contratos de
olhos fechados,
Sobre rescaldos recortados no tição dos
caminhos!...
Por todas as árvores inocentes do mundo,
Há mundos estranhos de gigantes
ventoinhas,
Cobrindo os altos montes de um vazio
profundo,
Despojados do seu respirar humano e fecundo;
Falam de mágicas varinhas,
Com poderes nobres de rainhas,
Mas são os reis de poder rotundo,
Donos
da morte das andorinhas!...
Há cada vez mais Primaveras de luto intenso,
Há ventos nascidos assim, para serem
amantes,
Oferecendo verdes sopros de afagos estonteantes,
Às verdes árvores nos altos montes e ao
contra senso,
Das ventoinhas, essas substituintes do
arvoredo imenso,
Que fora amado pelo vento em todos os
instantes!...
.
.
.