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Como podes julgar-me?!...
Julgar minha Fé expurgada,
Livre das tuas doutrinárias razões,
Que obedece ao canibalismo das comunhões,
Sem razão nem razoável clemência
comungada,
Apenas temente à obrigação das cegas
adorações,
Da configuração dos homens em suas
prisões,
Configurados em cada palavra configurada,
Como se tua palavra fosse sagrada,
Em teu juízo de divinas privações?!...
Como julgas, julgar-me?...
Julgando como aquele que te julga,
Julgando como aquele que te julga,
Esse que te obriga a escravizar-me,
E toda a liberdade da fé promulga,
E da fé decreta libertar-me?!...
Como podes castigar-me,
Se nunca foste castigado?!...
Como podes reconhecer a razão,
Como podes reconhecer a razão,
Se a razão é um elo quebrado,
Na corrente da manipulação,
Inquebrável, sem nação,
O poder do enviado,
Imposição do diabo,
Excomunhão?!...
Excomunhão!...
Como podes excomungar-me,
Como podes excomungar-me,
Excluir a minha Fé do Caminho,
Se sinto nosso Deus convidar-me,
Para comer o Pão, beber o Vinho?!...
Ele é a fome que está a tomar-me,
Ele é a fome que está a tomar-me,
É a sede que quer saciar-me,
É o murmúrio de carinho,
Que me alivia do teu espinho,
O teu julgamento de crucificar-me,
Só porque julgas eu acreditar sozinho!...
Como podes libertar-me da minha
liberdade,
Sem enclausurar a minha esperança em
Deus,
Se não tens lugar à mesa da divina
verdade,
Onde não senta a crença de amigos ateus,
Amigos teus sem dó nem piedade?!...
Como não é possível julgares-te,
Como podes não castigares-te,
Não excomungares-te,
Ou libertares-te?!...
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