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terça-feira, 25 de abril de 2017

Era uma Vez um Sonho de Abril

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Era uma vez um sonho,
Que conheceu a Liberdade,
Acabaram com algo medonho,
    Começaram suas vidas de felicidade!...

Era uma vez um lindo vermelho cravo,
Que conheceu os filhos da revolução,
Não pagaram por ele um centavo,
     Andou nas lapelas da ilusão!...

Dizem por aí que foi uma vez,
Que o dia 25 conheceu esse dia febril,
 Ainda hoje lembram a festa que se fez;

Choveram cravos de promessas mil,
Murcharam depressa os cravos desse mês,
    Era uma vez um lindo sonho de Abril!...
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segunda-feira, 25 de abril de 2016

Decência da Memória

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Escravo feliz de minha consciência,
Essa consciência que já fora minha,
Eu a perdera ao perder a decência,
Paguei com a minha imoral falência,
A quem a sua consciência não tinha,
   E me vendeu toda a sua demência!...

Sem esforço, caminho sem vontade,
Nas entranhas de um louco labirinto,
Cada saída é este bloqueio que sinto,
A saída é o retorno à impossibilidade,
E continuo a deambular sem instinto,
   Sem ser encontrado pela liberdade!...

A memória permanece indiferente,
É a nova reminiscência sem passado,
Como um escravo, infeliz condenado,
De sua vazia infelicidade inconsciente,
Prisioneiro que sua prisão não sente,
Sem sua memória de ter sido beijado
    E dos lábios que o beijaram, ausente!...

Falam-me de uma mortalha escarlate,
Onde enrolei pétalas de cravos ressequidos,
Dizem que me encontraram entre fumos perdidos,
Esfumavam-se os olhos lúcidos que assistiam ao debate,
Segredam-me a loucura silenciosa dos cravos comprometidos,
    E da necessidade da minha memória para o patriótico resgate!...

Ouço um tiro,
A corrida começou,
A memória e um suspiro,
Uma pomba vermelha suspirou,
Há um ar novo que eu respiro,
 Livre de um formatado retiro,
    Minha decência voltou!...

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domingo, 19 de abril de 2015

Despertar de uma Flor Enganada (A Revolta)








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Pobre pálido idealista,
Com teu verde no chão,
Vermelho até ao coração,
Minha linda flor imprevista,
Intuíram-te numa ideia altruísta,
Para que fosses a flor de uma nação,
O jardim à beira mar sentiu a tua desaparição,
Lembra-se de seres semeada num bolso capitalista,
    E de ver-te crescer nas esnobes lapelas de um ladrão!...
Que fizeram de ti, minha pobre flor?!...
Semearam-te,
Ajudaram-te a crescer na ilusão de um mar imenso de amor,
Convenceram-te que aos cais das despedidas, não voltaria a dor,
   E, depois do idílio, desengano após desengano, foram partindo,
Os poucos que aos poucos foram ficando… violaram-te!!!...
Da tua dignidade violada, os violadores foram rindo,
Ainda lhes imploraste: - Por favor!!...
Tua esperança foi diminuindo,
Amordaçaram-te,
Tua voz foi-se calando a mando do censor,
Os revolucionários libertadores enganaram-te,
E sentiste que se desvanecia o teu alegre rubor,
Ignoraram-te,
Maltrataram-te,
Espezinharam-te,
 Foste abandonada no canto mais austero da Democracia,
Foste murchando com a esperança murchando ao teu redor,
Sentiste que a ilusão da terra lavrada, outrora fértil, esmorecia,
E questionas-te, agora revolucionada pelo teu verde pudor,
Sobre teu caule revolucionário que há muito não se via,
Olhas o jardim onde não estás e só vês a maioria,
Jardins cheios de eleitas maiorias sem valor,
Jardins, por ti eleitos, de eleita tirania,
   Que te fazem vermelho de rancor!...
Uma indescritível história de desamor,
E se palavras houvesse para o descrever,
A vergonha nãos as deixaria dizer,
   E ali ficam contigo, pobre flor!...
Que fizeram de ti?!...
Amaram-te,
Ilustraram-te,
Coloriram-te e serviram-se de ti,
Decoraram o concreto das cortinas de murais,
Deram-te um inesperado emprego e desempregaram-te,
   E as belas cores da igualdade, não voltaram, jamais…
   Abandonaram-te!...
Que quiseram eles de ti?!...
Deram-te à terra e desenterraram-te,
E nem sequer um pingo de chuva aparece,
Nem a chuva, nem um só amigo,
Que partilhe contigo,
A dignidade que uma flor do Povo merece!...
O que fizeram de ti, minha revolucionária flor,
Que, em ti, a revolução floresce,
Liberta-se e cresce?!...
Ignorando a semente, enterraram-te,
Enterrado vivo na terra quase morta, o desconchavo,
Renasces revolução nesta democracia que apodrece,
Revolucionaram-te...
Sem apelo nem agravo,
    Meu vermelho e verde Cravo!...
Despertaram-te!...
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sábado, 30 de agosto de 2014

Adestramento Global


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As janelas globais,
Estão cheias de inocentes,
De inocência em flagrante delito,
Apanham-se humanos em teias virais,
E se os blocos de vírus não são suficientes,
Volta a dar-se o dito por tudo quanto foi dito,
Até que ditadura das imagens sejam sementes;
Vê-se dos olhos fechados abrolharem outras mais,
As árvores são ensinadas a crescer todas iguais,
Envoltas numa subtileza global das serpentes,
Há no silêncio da floresta árvores diferentes,
Proibidas de crescer nos conselhos gerais,
Caridosas serpentes estrangulam o grito,
E o mundo em seu tormento infinito,
Vê humanos em seus suicidas rituais,
Vê-se mundo cansado, o mundo aflito,
Um mundo global de globais vítimas casuais,
O adestrar globalizado de todos os indiferentes,
Com descontrolo global de inconscientes mentais,
    E dos humanos corações mentalmente doentes!...

Deus, sempre sereno, vê os donos de um deus,
Vê-os implorarem por dinheiro em seu nome,
Vê a Fé em Si, ser guerra entre filhos Seus,
Os novos apóstolos, por Ele, são ateus,
-É por ele, -diz o ateu que tudo come,
-Que ao pão do mundo, dirás adeus,
     E, por deus, morrerás de fome!...

As almas perdidas alimentam satanás,
Fizeram-nas almas corrompidas com divina calma,
É global o encolher de ombros do nada se fez e nada se faz,
E sem nada fazer pelo tanto deixado por fazer ficado para trás,
  Morrem por Deus sem saberem que perderam a Alma!...
  
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domingo, 18 de maio de 2014

Alumbramento dos Perfeitos


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Não negava ao olhar a vontade de se eximir,
Nos olhos estão as histórias que não se contam,
Outras histórias escondidas no olhar que quer fugir,
Não negavam o silêncio das histórias ficadas por ouvir,
Como olhos apagados que histórias de silêncio despontam;
Por cada silêncio, silêncios de outras histórias se aprontam,
E no vértice da pirâmide, um rádio não se cansa de difundir,
Paliam-se secretismos iluminados que não se confrontam,
Sobre a escravatura das pedras, o peso faz-se repetir,
     Esmaga-se a voz sob o silêncio que poucos apontam!...

Não negava o sonho ao vértice dominante,
Nem o pesadelo à esperança em futuros impossíveis,
Os olhares deverão ser hipnose de silêncios consumíveis,
O capitalismo obeso carrega o cume da pirâmide sufocante,
E, não obstante,
É leve a palavra livre escondida no olho do horizonte,
Longe do peso carregado pela oferta dos vícios aprazíveis,
E de outros vícios dados à felicidade da ignorância a monte,
E outras influências aos viciados mais suscetíveis…
Ácidos hipnóticos e a sucralose são irresistíveis,
Para lá da história dos olhos brota a fonte,
Nos rios dançam peixes invisíveis
Corre a água debaixo da ponte!...

Ainda por cima, e apesar de tudo,
Por cima das pontes e do controlado desalento,
O olho global move-se atento, num olhar de veludo,
Cega o resto da pirâmide que tem como escudo,
    É quase perfeito o poder do alumbramento!...

Não negava o silêncio no olhar,
Nem a nova ordem do encantamento,
    Assassina da velha ordem de o libertar!...
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sexta-feira, 25 de abril de 2014

Ditadura dos Cravos


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Aquela imagem teimosa,
A criança de rosto empoeirado,
Mãos que sacodem terra do pão,
O sacudir antigo da fome receosa,
Aquele olhar envergonhado,
      E a palidez da razão!...
Uma lágrima caída no chão,
Outra que se esconde, medrosa,
O ranho sujo pela fome provado,
 O insulso sabor da resignação,
    E a palidez silenciosa!...
O prato cheio de fé religiosa,
Na ponta da língua o pai-nosso rezado,
Todas as rezas e o acto de contrição,
O sonhar com a fartura perigosa,
      E a palidez do fado!...
O desespero amordaçado,
A mordaça com cores da nação,
O grito pobre de uma criança ranhosa,
     Moldura à imagem de um Povo amarrado!...

Chegaram os cravos da revolução,
Logo a seguir ergueu-se o punho cerrado,
Abriu-se a mão que se transformou numa rosa,
Setas apontavam um céu azul e o ouro da fartura,
Atrás das costas ficou o mal que nem sempre dura,
E o peso dos sonhos prometidos,
Dos soníferos cumpridos,
E o fim dos pesadelos da ditadura;
Cravos e mais cravos, por cravos protegidos,
Rosas e mais rosas entre cravos floridos,
O florescer livre da arte e da cultura,
O princípio de uma aventura,
     E os manifestos permitidos…
   O futuro…
A velocidade e o muro,
O fim que o cravo não previu,
    E seu esborrachar prematuro!...

Esta imagem que teima,
De crianças sem pais nem abrigo,
A fome da democracia que queima,
     Cravos que a ditadura trouxe consigo!...

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segunda-feira, 14 de abril de 2014

Cravos à Força


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À força…
Fizeram de ti, terra sem identidade,
Impôs-se o impulso casual e urgente,
Tinhas de ser cravo para a posteridade,
Sem que pedisses para o ser,
Viram em ti proibidos desejos e toda a Liberdade,
Foste Esperança à força nas mãos de tanta gente,
Vergaram tuas hastes numa fartura aparente,
Para criar mais raízes fortes de fertilidade,
Fértil, fértil, foi a ilusão da semente,
Foste renovo para esquecer,
E antes que o pudesses perceber,
    Passaste a ser cravo de orgulho ausente!..

No lugar de cravos floridos de orgulho viçoso,
Movem-se gritos tontos a caminho da fome,
Tontos militares cheiram o seu cravo famoso,
Um cheiro de vergonha liberta-se, silencioso,
   Os cravos sem culpa são do Povo sem nome!...

Já não somos Portugal,
Não sabemos que terra defender,
Sentimos este traidor desapego nacional,
   Elegemos quem nos comeu, come e continua a comer!...
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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

As Pombas do Papa

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Bergoglio e "Madona",
No palco partilhado a meias,
Pela verdade que vem à tona,
Ondula o líquido sobre as teias,
Talvez seja o azeite de candeias,
Breu feroz de secular intentona,
Que não se limitando à sua zona,
    Tomaram o mundo em alcateias!...

Papa de livres credos e religiões,
Papos d’anjo de mui nobres intenções,
Agora, vejam bem o milagre de tudo isto,
Vai o Papa, papando os créditos de Cristo,
Congregando as mais diferentes opiniões,
O Messias sem anúncio nem nunca visto,
  Espectáculo para amolecer os corações!...

A peneira que falsos raios de Sol destapa,
Jesus Cristo, atirado à morte pelo Judeu,
   Para espanto dos traidores, não morreu!!...
Ressuscitou a Paz, sem espada nem capa,
Com seu humilde Amor que Deus lhe deu;
Se a morte não o matou, ninguém o mata,
A usura sem Deus, tomou Roma à socapa,
Se a Verdade reclama o crente como seu,
Crê-se no pagar pelo que sofre ou sofreu,
Em nome da Verdade infiltra-se um Papa,
   Conciliador enviado pelo insuspeito ateu!...

Sobe ao palco uma imagem da humildade,
Milhões de Almas em desespero de causa,
Perdem-se no pouco que resta da verdade,
Despojam-se perante o brilho da divindade,
E quando a mentira vai permitir uma pausa,
O palco bem montado volta a subir,
Sobe com ele a estrela celeste a fulgir,
Arrebatando a plateia com palavras de bondade;
A dignidade, a Paz e o Amor continuam a fugir,
Aproxima-se a miséria, o ódio e a guerra,
Há pedaços da Almas debaixo da terra,
     Corpos etéreos são para substituir!...

Chegada é a vez das pombas brancas imaculadas,
Jerusalém quer as bombas catolicamente alimentadas,
Falsos Cristãos fecham os olhos à presença dos falcões,
Abutres brancos pairam sobre malogrados corações,
Libertam-se aves de paz para serem assassinadas,
Aos olhos cegos das muito católicas opiniões!...

 Libertam as pombas,
Libertam a brancura,
Libertam as bombas,
  Libertam a ditadura…

Canta uma juventude insegura:
“Papa Rock,
Papa Papa,
     Papa Pop”!...