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Não negava ao olhar a vontade de se
eximir,
Nos olhos estão as histórias que não se
contam,
Outras histórias escondidas no olhar que
quer fugir,
Não negavam o silêncio das histórias
ficadas por ouvir,
Como olhos apagados que histórias de
silêncio despontam;
Por cada silêncio, silêncios de outras
histórias se aprontam,
E no vértice da pirâmide, um rádio não se
cansa de difundir,
Paliam-se secretismos iluminados que não
se confrontam,
Sobre a escravatura das pedras, o peso
faz-se repetir,
Esmaga-se a voz sob o silêncio que poucos apontam!...
Não negava o sonho ao vértice dominante,
Nem o pesadelo à esperança em futuros
impossíveis,
Os olhares deverão ser hipnose de silêncios
consumíveis,
O capitalismo obeso carrega o cume da
pirâmide sufocante,
E, não obstante,
É leve a palavra livre escondida no olho
do horizonte,
Longe do peso carregado pela oferta dos
vícios aprazíveis,
E de outros vícios dados à felicidade da
ignorância a monte,
E outras influências aos viciados mais
suscetíveis…
Ácidos hipnóticos e a sucralose são
irresistíveis,
Para lá da história dos olhos brota a
fonte,
Nos rios dançam peixes invisíveis
Corre a água debaixo da ponte!...
Ainda por cima, e apesar de tudo,
Por cima das pontes e do controlado desalento,
O olho global move-se atento, num olhar
de veludo,
Cega o resto da pirâmide que tem como
escudo,
É quase perfeito o poder do alumbramento!...
Não negava o silêncio no olhar,
Nem a nova ordem do encantamento,
Assassina da velha ordem de o libertar!...
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