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Escravo feliz de minha consciência,
Essa consciência que já fora minha,
Eu a perdera ao perder a decência,
Eu a perdera ao perder a decência,
Paguei com a minha imoral falência,
A quem a sua consciência não tinha,
E me vendeu toda a sua demência!...
Sem esforço, caminho sem vontade,
Nas entranhas de um louco labirinto,
Cada saída é este bloqueio que sinto,
A saída é o retorno à impossibilidade,
E continuo a deambular sem instinto,
Sem
ser encontrado pela liberdade!...
A memória permanece indiferente,
É a nova reminiscência sem passado,
A memória permanece indiferente,
É a nova reminiscência sem passado,
Como um escravo, infeliz condenado,
De sua vazia infelicidade inconsciente,
Prisioneiro que sua prisão não sente,
Sem sua memória de ter sido beijado
E dos lábios que o beijaram, ausente!...
Falam-me de uma mortalha escarlate,
Onde enrolei pétalas de cravos ressequidos,
Dizem que me encontraram entre fumos
perdidos,
Esfumavam-se os olhos lúcidos que
assistiam ao debate,
Segredam-me a loucura silenciosa dos
cravos comprometidos,
E da necessidade da minha memória para o patriótico resgate!...
Ouço um tiro,
A corrida começou,
A memória e um suspiro,
Uma pomba vermelha suspirou,
Há um ar novo que eu respiro,
Livre
de um formatado retiro,
Minha decência voltou!...
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