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Não…
Não deixem entrar as rãs!...
Não…
Não afoguem as manhãs!...
Não…
Não…
Não me deixem afogar,
Quero acordar,
Há buracos nos divãs,
Não deixem mais água entrar,
É em água à minha volta que eu sei
nadar,
Uma hidra de água alaga-me com suas
irmãs,
Dentro de mim, vomitam água, alguns hidrófilos
titãs,
Absorvem-me a desesperada necessidade de respirar,
Entram-me pelos ouvidos os anfíbios verdes a coaxar,
Tento evadir-me de mim em aflitas tentativas
vãs,
Fora de mim, sinto-me no interior a naufragar,
Alcanço o limiar do meu pesadelo sedento,
Com tanta água para me rebentar,
É de sede que eu rebento,
E acordo a transpirar!..
Só Jesus Cristo me valeu,
O que já água alguma me valia,
Até Jesus agradeceu o vinho que Bebia,
A Deus que a beber de seu sangue Lhe deu,
Era sangue da Vida que em Vinho bem Lhe sabia,
E em cálice sagrado que todo o Apóstolo bebeu!...
E em cálice sagrado que todo o Apóstolo bebeu!...
Há uma triste sede em nossa mágoa,
Quando a sede só nos permite um caminho,
Não conseguimos passar pela vida sem água,
Mas é triste passar pela vida sem vinho!...
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Mas é triste passar pela vida sem vinho!...
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