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Tão próximos de nos aproximar,
Pela distância a que nos entregamos,
Por estar mais perto não nos esforçamos,
A desculpa das palavras tomou nosso
lugar,
Já não sentimos o amor de onde devíamos
estar,
Quem nos ama espera por nós, mas não
chegamos,
Nem lhes damos um sentido abraço e logo nos vamos,
Nem lhes damos um sentido abraço e logo nos vamos,
Procuramos na maior distância o sentido de abraçar!...
Somos apenas o vazios das palavras do que
nos resta,
Somos o resumo do nosso texto por todos
partilhado,
Somos um resto de nós resumido,
Somos o livro em branco mal lido,
Somos a distância que nada nos dá e nada
nos empresta,
Somos palavras de um livro do humano
juízo esvaziado,
Somos desumanos sempre tristes e sempre
em festa,
Somos o próximo que se aproxima do que
detesta,
Somos matéria em movimento sem
significado,
Somos o livro que todos lêem e não
presta,
Somos palavras de um livro apressado,
Somos… nosso vómito engolido,
Somos o que podíamos ter sido,
O que passou sem passado,
Sem ter-se apercebido!...
Tão distantes estamos de um abraço,
São tantos os abraços dados por dar,
É o grato amor um bem tão escasso,
É o grato amor um bem tão escasso,
E desse amor tantos falam por falar!...
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