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quinta-feira, 24 de maio de 2018

Flor das Reticências

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Via com admiração,
O fim e sua continuação,
Talvez contínuas desobediências,
À natureza das cores das hortênsias,
O princípio do caos e de toda a ilusão,
Sem Deus com as suas preferências,
Pelo limite da contínua criação,
   Entregue às reticências,
   Das flores ou não!...

Desde então
O amor não mudou,
E se eco algum entoou,
Talvez o eco da cega religião,
Ou o apelo da natureza e razão,
Que também Deus quis e continuou,
Ponto por ponto no coração,
  De cada ponto que ficou,
       Fossem flores ou não!...

Três incertos pontos certeiros,
Sem fim e contínuo quebranto,
Pontos sagrados de crendeiros,
Uns, até certo ponto carneiros,
Outros, flores reais, nem tanto,
Flores sem cheiro nem espanto,
Até certo ponto, algo certeiros,
Esperança sem fim por encanto,
    Incertos, é certo, e verdadeiros!...

Muito perto de nós, perto do fim,
No fim de cada ponto nos pomos,
  Pontos tão certos ou assim, assim…
 E continuamos a ser o que somos,
O ponto final de onde nos fomos,
    Reticências em flor, nosso jardim!...

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domingo, 20 de agosto de 2017

Relatividade do brilho... e da Teoria

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Cai tudo do céu,
Até o horizonte de lá cai,
Um coelho divino cai do chapéu,
É magica a mensagem que de lá sai,
De uma estrela há o brilho que se abstrai,
   A vaidade exibe um brilho como troféu!..

Caem sombras de pedras do chão,
Caem sobre a relatividade da teoria,
O céu caiu da sua pura concepção,
Imolam-se as nuvens em aflição,
    Pelo inferno que do céu caía!...

No horizonte, já muito brilhantes,
Cheias de brilho, as estrelas absolutas,
São relativas virgens, tal como dantes,
Como relativas são algumas putas;
Talvez que ao caírem, por instantes,
Tão cintilantes quanto impolutas,
Sejam puras como diamantes,
Ou sejam apenas amantes,
Em seus céus de disputas,
    Estrelas do céu distantes!...

Cai tudo da terra inocente,
Tudo cai sobre a mesma terra,
A inocência morre lentamente,
    Na paz do céu, palco de guerra!...

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domingo, 13 de setembro de 2015

Certeza da Dúvida Ancestral


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O apelo iluminado das raízes ancestrais,
A raiz que se aproxima e o próximo sinal,
O sol deposto por não pôr-se, jamais,
E o renascer da dúvida ancestral,
Sem ter conhecido a luz final,
Entre outras luzes iguais,
    Ou à sua luz única, igual!...

A questão posta aos anos que passam pelo nosso ser,
Sem ser sabedoria que nos preencha de tempo,
Que nos encha sem nos preencher!...
Talvez saibamos a resposta sem nada saber,
Como se nada houvesse a saber sobre o crescimento,
E, como um momento que cresce a cada momento,
Acontecem certezas que não param de crescer,
   Entre dúvidas que brilham no firmamento!...

Sob as estrelas que brilham no olhar,
Chegados, finalmente, ao cume do que fomos,
Acima de tudo, sabemos que não podemos voltar,
 Á certeza de não voltarmos a saber o que não somos,
     Por saber que já brilhamos o que tínhamos a brilhar!...

Nos ancestrais braços da melancolia,
Com a melancolia no ancestral coração,
Erguemos os olhos até à ancestral sabedoria,
   Onde os sábios O procuram, à procura da razão!...
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quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Esplim (Melancolia Existencial)








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Talvez sim,
O princípio esteja na existência,
Talvez na primeira impressão da aparência,
Ou na aparente impressão de princípios assim,
E nada exista!...
A fantasia e o olhar a florir entre flores de jardim,
As cores, cada perfume e a sua fantástica essência,
Os regatos de cristal e as fontes incríveis de marfim,
A sorte longínqua e lenta dos elefantes, pesada e ruim,
O vapor das lágrimas transparentes em evidência...
Talvez sim,
    E nada exista...
Tudo gire num bailado harmonioso de inocência,
E um ou outro sublime estado de abstrato esplim,
Talvez a razão do fim do mundo, afinal não exista,
    E só para todos nós e todas as coisas haja um fim!...


Talvez tudo que existe seja irreal,
Talvez a melancólica realidade não resista,
A esta melancolia existencial,
   E nada exista!...

   
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quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Ele, Sabe-se Lá...

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Sabe-se lá se eu soubesse,
Qual o sabor que meu saber teria,
Talvez eu fosse o que eu quisesse,
Se por saber-me doce eu me fizesse,
Por não saber eu amargo saberia,
Se sem o saber muito eu seria,
      Havendo o que houvesse!...

Saber ao doce do muito saber,
Sem saber se o saber amargasse,
Não sabendo do quanto saber a ter,
Só sei que nada sei desse perceber,
Nem que o tanto saber bastasse,
A quem vê o que não sabe ver,
     E todo o saber amasse!...

Da vela ou à luz do dia,
Sabe a Alma de quem sabe,
Que de pouco valeu a sabedoria,
A quem alguma dor não via,
     E em si o Amor não cabe!...
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quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Saliências

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Há saliências de outra vida,
Suspensas na vertigem de meus pesadelos,
Sonho que sou cor apressada a escorrer de meus cabelos,
E deixo tingir-me por brancos intermináveis!...
Há saliências de outra vida,
A fugir ao próximo voo a que me dou,
Sonho ser pena arrancada do pássaro que sou,
E sou a leveza de braços insustentáveis!...
Há saliências de outra vida,
Afundadas em parte incerta de meus apelos,
Sonho afogar-me e sendo água que algures se escoou,
Flutuo no vapor submerso de entoações frágeis!...
Há saliências de outra vida,
Nas palavras inaudíveis de um invisível diálogo,
Sonho-me entre vários em perfeito monólogo,
Com permissão para discordar do prólogo,
E, consoante meu sonho análogo,
Sonho ser vogal de mim!...
Há saliências de outra vida,
Saliências sem fim,
No fim do começo da vida que reencarnou,
Sonho que sou Alma de entrada,
Do sonho, sonho de saída,
E entro até à saliência,
Da outra vida pela saliente demência…
Sonha-me o sonho que sou tudo e nada,
Do nada da saliência escondida,
Sonho que sou carro e estrada,
E outra vez saliência,
Rio furioso e terna jangada,
Rio desencontrado da margem perdida…
Sonho que sou corrente sonhada,
Prova diluída,
Promessa quebrada,
Fé cega e científica minudência!...
Sou vida do sonho que sou,
Porção de minha existência,
E de outra,
Sou outra vida e...
    A própria Saliência!...


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