quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Ele, Sabe-se Lá...

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Sabe-se lá se eu soubesse,
Qual o sabor que meu saber teria,
Talvez eu fosse o que eu quisesse,
Se por saber-me doce eu me fizesse,
Por não saber eu amargo saberia,
Se sem o saber muito eu seria,
      Havendo o que houvesse!...

Saber ao doce do muito saber,
Sem saber se o saber amargasse,
Não sabendo do quanto saber a ter,
Só sei que nada sei desse perceber,
Nem que o tanto saber bastasse,
A quem vê o que não sabe ver,
     E todo o saber amasse!...

Da vela ou à luz do dia,
Sabe a Alma de quem sabe,
Que de pouco valeu a sabedoria,
A quem alguma dor não via,
     E em si o Amor não cabe!...
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4 comentários:

  1. Entre o saber e o sabor só há espaço para a aprendizagem. Ou à vivência que coaduna habilidade em sabedoria iluminada, e d’Alma convida-nos à contemplação, e, assim, como toda a obra de Arte, “Ele, Sabe-se Lá...”, dá início a uma transformação, que, motivada pelo conhecimento, gera opções e escolhas, e, diante delas somos convencidos a abandonar velhos hábitos e estigmas.

    [Esse Poema, não sei se pelo perfume à sabedoria, e ou se pelo sabor de cura, ou alívio, me trouxe a lembrança de KrystalDiVerso, e pela primeira vez não senti saudade, não dele, ou de um lugar que elegi como ‘abrigo’, ou daquilo que aprendi a desenvolver em mim durante o percurso de uma leitura ou de um comentário num de seus Poemas, mas de mim, ou de minhas ‘epeedices’. E de repente, experimento uma sensação de liberdade.]

    Enquanto o núcleo temático de definição clara e objetiva, aprender e ensinar, envolve mais que discentes e docentes, e transita entre as naturais dualidades e contradições da vida, e fala sobre a luz e a escuridão, certezas e dúvidas, amor e desamor, sem ser ódio, e que mais chama a atenção, por ser indiferente, a sombra, nem por isso, menor, ou menos edificante, pelo conteúdo da proporção em lição que ele ganha, o eixo temático conduz à reflexão que tem na lição de VIDA a função de amparar, atenuar, aliviar, ou curar.

    Portanto, o trajeto que não representa fuga ou luta, mas resiliência à temporalidade degradante dos diversos sabores e saberes dos dias, deixa claro, e tem luz suficiente para acordar o Poema inteiro, de que o espaço, ou a hora, é agora, no encontro com a chama, e, iluminado, acende as convicções que propagam e eternizam a história, ou a Poesia que se faz da história entre uma lição e uma aprendizagem. Nos acertos e também nos erros que unem as pessoas, ou os leitores, a poesia sensibiliza e ampara, a vontade de aprender solidariza, e nos torna, senão iguais, pelo menos parecidos. Ou semelhantes.

    [Uma história que poderia ser a minha, ou da minha vizinha, ou da colega de trabalho, de qualquer um, porque a criação poética nomeada de Arte é subordinada, não à inspiração, mas à experiência, uma peculiaridade não apenas desse Poema, mas de todos os d’Alma[s] e DiVerso[s]. E é isso que encanta sua poesia, e a torna especial. A possibilidade de trazer essa aprendizagem para a minha vida, e de posse dela, vivenciá-la. E num mundo tão frio e cada vez mais indiferente, me sentir pelo menos semelhante já faz de mim alguém melhor. E só porque um dia eu acreditei que seria possível ser tocada pela Arte de DiVerso. Ou acreditaram em mim.]

    Mas, não basta ensinar, é preciso ter vocação e habilidade para a Arte de ensinar. E isso é facilmente compreendido pelo fato de que o Homem, A., acima do ser humano, e de toda a sua sabedoria, é dotado de uma sensibilidade que supera o Artista. E, entretanto, em comunhão com Arte, Homem e Artista, equivalem-se.

    E a Arte sobrevive então da consciência de ter seu lugar garantido muito mais que um simples pertencimento. Mas pela perseverança em acreditar quando mais ninguém acredita, ou de fazer quando ninguém mais faz, ou mesmo, de ser, quando ninguém mais é. E tudo isso com humildade, com muita humildade.


    Bom fim de semana.

    [Obrigada pelo exercício contínuo da vontade de aprender, ou por ter despertado em mim esse desejo.]

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  2. Se há alguém que deve agradecer, esse alguém sou eu!... Não tenho a certeza dos meus Poemas merecerem um comentário, assim, tão elogioso, mas sei que EU não mereço tantos elogios assim, porque me conheço razoavelmente bem!...
    Mas de uma coisa eu sei, Teresa Alves não se poupa em palavras bem colocadas no sentido do que quer transmitir :)
    Bem haja, Teresa Alves

    Bom fim de semana

    Abraço

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  3. É verdade, Mar Arável, aprender sempre, cansa!... O saber também, e felizes os vemos por aí, os que muito não sabem do que nem vale a pena saber!...

    Bom fim de semana

    Abraço

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