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Sabe-se lá se eu soubesse,
Qual o sabor que meu saber teria,
Talvez eu fosse o que eu quisesse,
Se por saber-me doce eu me fizesse,
Por não saber eu amargo saberia,
Se sem o saber muito eu seria,
Havendo o que houvesse!...
Saber ao doce do muito saber,
Sem saber se o saber amargasse,
Não sabendo do quanto saber a ter,
Só sei que nada sei desse perceber,
Nem que o tanto saber bastasse,
A quem vê o que não sabe ver,
E todo o saber
amasse!...
Da vela ou à luz do dia,
Sabe a Alma de quem sabe,
Que de pouco valeu a sabedoria,
A quem alguma dor não via,
E em si o Amor
não cabe!...
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