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Ser aragem,
Ser inesperada,
Invulgar lufada,
Folha e folhagem,
Ser soprada,
Do ciclo da vida,
Para o ciclo da vida,
Ser a viagem,
Sendo
a despedida…
A Primavera esquecida,
Lembrada e triste,
Ser Outono que insiste,
Na memória das cores,
As cores e as árvores,
A matiz dos amores,
Natureza
transversal…
Ser o sopro natural
Ser folha,
Ser árvore que resiste,
Ser a própria vida,
Que mesmo caída,
Da vida não desiste!...
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As diferentes tonalidades harmoniosamente melódicas, a sonoridade em ritmo crescente e a efemeridade dos versos de “Ser Folha...” aproximam o Poema de uma Arte que explora a natureza à razão de uma estação do ano. Comentar este Poema implica, de alguma forma, a interagir, fazer escolhas, selecionar, atravessar a janela, ou o muro, e prosseguir caminhando lado a lado com a poesia que representa uma experiência à reflexão dessa vivência, ou uma nova configuração no meu posicionamento sobre o mundo, e na maneira de estar entre as coisas. Ou entre as folhas. Em constante movimento.
ResponderEliminarEstabelecido o itinerário, flutuando ou caminhando, ou mesmo sendo levada, passando pela poesia, atravessando dores e dificuldades, enfrentando o medo e a travessia que não se sabe curta ou longa, mas travessia, e, tal qual a palavra poética repleta de sentido para que outros sentidos sejam ‘varridos’, a natureza estabelece com o vento uma conexão entre a liberdade de escolha e o compromisso com essa liberdade, indo do chão ao sentimento, dele aos versos, e desses ao ar. Como a própria natureza humana que não se satisfaz de conformismos. Ou conveniências. E luta para resistir.
Onde o vento que sopra as folhas é o mesmo que perfuma o caminho de Poesia... d’Alma.
Boa semana.