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quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Desinspirado...

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Estou tão gasto de tudo, esgotado,
Vazio, seco de todos e sem ideias,
Sou terra exaurida entre as areias,
Onde, exaurido, arrefeço enterrado,
Não sinto aquele nada enfeitiçado,
    Que corre no vazio de minhas veias…

     E, árido, nem ávido sou de pousio!...

Sou este estranho curso evaporado,
No sumiço das margens desaguado,
Não procuro o significado de ser rio,
Sou esse caudal inerte e estagnado,
 Nem sol ou lua, nem quente nem frio,
Escurecido sem o defeito, sem o feitio,
    Não sou a noite nem o dia iluminado...

    Nem, aparte, ávido sou de consciência!...

Sou a minha própria consequência,
Sem saudades do siso desassisado,
Facto presente em minha ausência,
A gravitar fora de minha demência,
Adentrados auspícios do meu fado,
Suspensos no abismo ao meu lado,
    Ala que me esvazia sem clemência!...

*

Aquém do que sou e rindo de mim,
Estou eu que ri do poético lampejo,
Rio também de belos rios que vejo,
A transbordar de tanta vida, assim,
Como se isso, a modos que, enfim,
      Não passasse de poesia ou gracejo!...

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Hehehehehehe….