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segunda-feira, 20 de julho de 2015

Rio de Fogo

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Neste maldito inferno frígido de diabólico calor,
Vi com estes olhos que muito vinho têm bebido,
As chamas violaram as águas de um rio perdido,
Um grande fogo apagado, esse infernal estupor,
Atravessar rios a nado e deixar um sabor ardido,
     Incendiou frescas águas e levou consigo o amor!...

Quisera o rio encher-se com o sal das marinhas,
E ser atravessado pelas ardentes sereias ufanas,
Enchera-se de sol, de sal e areias muito fininhas,
Seriam os seus lábios beijados por doces rainhas,
Abriram-se ao fogo, as suas margens mundanas,
Mas, a nado veio o fogo do nada,
Levou o inferno à vaidade afogada,
Desse rio que foi ardendo num mar de chamas!...

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Há uma pequena enseada,
Há enseadas calmas e sozinhas,
Passam as doces águas calminhas,
O rio beija a quente areia enamorada,
     Acaricia-a com suas águas fresquinhas!...
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segunda-feira, 15 de julho de 2013

Púmice da Pedra Polida

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À pedra polida,
Gasta-se-lhe a graça,
Perde o sentido alisado do humor,
Desembaraço do riso e embaraço na desgraça,
Alisa-se sobre os seixos e debaixo da graça perdida,
Falta-lhe uma polidez natural da imperfeição engraçada,
E na impossibilidade de polir-se no credo da divina graça,
Escorrega na lisa intranquilidade que dela grassa,
Cai desamparada nos complexos por si polidos,
  Como pedra litográfica impressa por anos idos,
Alma calcária litografada!...
Há um poroso murmúrio vulcânico de púmice sem vida,
Rejeitado pelas calçadas antigas e qualquer avenida,
Flutua entre quatro paredes de pedra requintada,
Sempre alisando-se nessa imperfeição alisada,
     Porosa e leve a arrefecida pedra polida!...
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