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Olhos cinzentos atrás de olhos cinzentos,
Já foram azuis, verdes, castanhos e
albinos,
Olhos que viram a cor de muitos
tormentos,
Umas vezes muito frios,
Das suas cores vazios,
Das suas cores vazios,
Despigmentados de profundos sentimentos,
Tão profundos quanto os belos olhos
divinos,
Olhos de qualquer cor, mas sempre
cristalinos,
Talvez lhes houvesse um brilho por
momentos,
Vindo do mais brilhante entre os destinos,
Ás cores de olhos tardios,
Cedo, de efeitos sombrios,
Se fizeram sombra de olhares repentinos,
Olhares perdidos entre perdidos
pensamentos,
Algures, em jardins de floridos olhos
femininos,
Onde os homens acontecem sem fundamentos,
Olhos e olhar em desvarios…
Olhos delirantes em seu olhar de
negritude,
Febris em seu olhar por outras cores
coloridos,
Mas, da cor de seus próprios olhos
desprovidos,
Como se se a verdadeira cor fosse
inquietude,
Transformado olhar de sossegada atitude,
Das
cores do seu sossego despidos,
Travestidos de falsa virtude…
Inferno de olhos vadios,
De
causar arrepios!...
Estes olhos não são meus,
Lembro-me de os ver em ti,
Esses olhos não são os teus,
Os
olhos com que nunca vi,
Aos meus olhos de Deus!...
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