.
.
.
Quando o frio te procura e te aquece,
Talvez já nada soubesses sobre o calor,
Atravessa-te um arrepio e desaparece,
Temes que seja um calor que arrefece,
Beijo insensível duma sensação de dor,
Um beijo que te gelou e por ti regresse,
Volte como fogo para gelar-te de amor!...
Este frio de outono que te acaricia,
Este frio de outono que te acaricia,
Talvez seja lume, um sinal de vida,
Uma quente emoção esquecida,
O amor de quem já não sabia,
Da paixão em gelo derretida!...
Esse frio,
Amor prematuro,
De algum calor vazio,
Aparente, egoísta e vadio,
Esse sol de verão imaturo;
Este Outono, gentil e bravio,
Talvez nostálgico e inseguro,
Folha caída, talvez sombrio,
Seja Luz, calor e futuro,
Esse amor tardio!...
Quando o frio começa a perder-se por ti,
Manifesta-se numa lufada faustosa e
feliz,
Baila entre belas árvores despidas e
sorri,
Vês o bailado de folhas que voam e sorris!...
.
.
.