sexta-feira, 6 de maio de 2016

Sol Indiferente

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Como é possível a este Sol indiferente,
Conseguir queimar minha sombria solidão,
Ou aquecer meu sangue, outrora quente,
Por onde te perdias até ao meu coração,
Correndo em liberdade omnipresente,
Presente naquele latejar de paixão,
Se, por mim, eu te fiz ausente,
E, tão silenciosamente,
    Se foi a emoção?!...

 Tão só, o sol em sua solitude,
Longe da noite triste e fria, ardendo,
Arde por dentro, em toda a sua plenitude,
Aproxima-se da minha solitária quietude,
Longe do Sol, nu de tudo, tremendo,
E é o sol que me veste, doendo,
Reveste-me de fria infinitude,
     E de calor vai entristecendo!...

Como foi possível anoitecer,
Em nossos olhos tão radiantes?!...
   Porque volta o Sol ao amanhecer,
Tão abrasador como o era antes,
Se adormecemos tão distantes,
Tão longe de arrefecer?!...
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