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Prometeram-lhe a copa do mundo,
Não lhe disseram que começava do fundo,
Prelúdio dos espelhos que a esperam sem
pressa,
Reflecte pecados inconfessos que o
reflexo professa,
No espelho das horas vê-se em flor por um
segundo,
E floresce…
Uma cerejeira diz-se a mais feliz pelo
mar de flores,
Confessa à brisa o segredo da suavidade
das cores,
A brisa suspira e cai uma pétala que a entristece,
Fita-se em seus brancos e logo se envaidece,
Achegados a si dormem sonhadores,
E o sonho acontece!...
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E o sonho acontece!...
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Caminho entre a fronteira poética e a temática, e nos primeiros traços de luz e perfume, o que encontro é uma classe circular e outra horizontal, matérias de comunhão e reflexão, duas forças que congregam a esperança entre o tempo e a natureza na regularidade de suas formas.
ResponderEliminarO Poema revela uma nova estação, e que extraordinária aventura é reconhecê-la! De dentro. Na intimidade de um verso que magoa, mas que também acelera a liberdade do movimento e resplandece todo o processo de desabrochar, tanto da Primavera quanto da pureza, ou da inocência dos sonhos e da imaginação.
“Flor dos Sonhos”, decorado pela paisagem cor de rosa e um relógio sem ponteiros, encanta pela novidade da aparência e pela mobilidade criativa que nos transporta para além de nós mesmos: das nossas dificuldades, das nossas angústias e dos nossos horizontes geográficos e humanos, tão delimitados, e mal acostumados à paisagem condicionada por uma estação do tempo.
E, então, que a Poesia d’Alma existe, e o aroma que dela parte e a ela retorna, e tantas vezes quanto necessário pelas mãos do Artista, é porque, como categoria do Movimento, domina e altera o exterior conforme as estações de cada tempo. Ainda que sem tempo. E hora marcada!
Bom fim de semana, António Pina.