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sábado, 23 de junho de 2018

Uma a Uma até ao Fim

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Esquecidas de suas cores singelas,
Com suas cores tão tristes e velhas,
Haviam sido harmoniosas donzelas,
Belo fora o tempo passado por elas,
Das flores brancas, flores vermelhas,
     Flores para sempre e sempre belas!...

Pétalas vão caindo,
Há uma pétala sorrindo,
A última pétala de uma flor,
Desprende-se da derradeira dor,
Cai lentamente até ao tempo findo,
Sem pétalas, a sua beleza foi fugindo,
   Por cada pétala se foi findando o amor,
       Que por entre flores fora tão lindo!...

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domingo, 25 de março de 2018

A Poda

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O esperar a natureza cuidar,
Pode ser o excerto da moda,
Já ninguém aprende a podar,
     Se não pode é vítima da poda!...

Dizem que podar, podemos,
Poder, até podemos poder,
Podam o que nós comemos,
   Podam-nos até nos comer!...

Tivessem as podas conseguido,
Podar um coração abandonado,
E todas as podas teriam podido;

E lá vai sendo o corpo podado,
Podado como nunca havia sido,
    Só depois do coração quebrado!...
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domingo, 31 de dezembro de 2017

Última Aposta (O Fim)

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Os dados já foram lançados,
Libertarão a brancura das pombas,
Os olhos da verdade continuarão jogados,
Pouca sorte a dos inocentes condenados,
    A peças mortas em tabuleiro de bombas!...

Mais um segundo de vida que passou,
Ultimo momento de um estranho jogo,
Na falta de tudo, tudo vale, até o rogo,
Perdeu tudo quem toda a vida queimou,
Ardeu a inocência consumida pelo fogo,
     Ardeu todo o tempo que a vida apostou!...

No fim,
Aposta-se tudo que já não se tem,
Na esperança de tudo vir a ter,
A sorte não começa, porém,
Aproxima-se o fim com desdém,
Sem o dia seguinte, acabado de perder,
Talvez houvesse um dia de sorte mais além,
Naqueles momentos que passam sem se ver,
Deixa o desejo que todo o prazer contém,
E por ele é capaz de a inocência morrer,
Morte do dia seguinte que já não vem,
   E jamais haver a sorte de o saber!...

É no princípio do fim,
Que se aposta em tudo que se perdeu,
Aposta-se em todas as flores de um jardim,
  No mesmo jardim onde tudo morreu!...
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terça-feira, 9 de maio de 2017

Aniversário do Tempo e do Sorriso

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O tempo é viajante,
Que passa para nos visitar,
Chega como visitante,
E num instante,
    Decide ficar!...

"Hoje não posso dar-te o dia que há de vir,
O amanhã é sempre o dia que há de chegar,
Dou-te este dia para que possas, sempre, sorrir,
Dou-te o dia de amanhã para que possas recordar,
Que o tempo é uma linha que o tempo faz sentir,
Toda a vontade de ser amada e, sempre, amar,
 E dessa linha dos lábios nunca desistir!..."

Aqui fica, sempre a passar,
Como sendo estranho amante,
Que estranhamente parece amar,
Sem deixar de ser um amor distante,
    Tão próximo de nos querer deixar!...

E o tempo passa,
Pelo sorriso que fica,
  Para que sorriso se faça!...
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sábado, 14 de janeiro de 2017

Eu, a Razão e o Tempo

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Nada do que à minha volta mudou,
Se fez razão que me fizesse mudar,
Fui testemunha do tempo a passar,
A uns passos do que em mim ficou,
Neste modo de, a partir do que sou,
Partisse de mim, para comigo ficar,
     Ficando com a razão do que passou!...
  
Revolve-se o tempo em meu interior,
Sinto-o passar ao ficar dentro de mim,
Sou prisão que me prende no exterior,
Carcereiro do tempo posto ao dispor,
 Tempo que me trespassa até ao fim,
    Comigo vá o tempo para onde for!...

Sou como o tudo,
Tudo leva o seu tempo,
Um pouco de nada num momento,
Eu total,
Atrás do qual,
 Me escudo,
O final,
Do erro e lamento,
A correcção de veludo,
Do grito de liberdade e mudo,
Ao silêncio e ao pensamento,
 Contemplação e, sobretudo,
       Razão e complemento!...
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quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Dor de Amor

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Dói esta minha dor não partilhada,
Esta dor egoísta que tanto magoa,
Dói a perda desta dor encontrada,
É a minha esperança que se acaba,
Para que o teu amor em ti não doa,
 Será tão só minha a tua dor amada,
    Dor que no meu amor se amontoa!...

Fui escolhido para amar, sem saber,
Que o amar também pode ser dor,
Dói o sorriso que em ti eu posso ler,
 O livro só meu proibido de escrever,
Onde oculto tuas palavras de amor,
     Numa página que não pára de doer!...

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Todos os dias têm as horas contadas,
As semanas são contas pagas ao mês,
Os anos não hesitam que, por sua vez,
Deixam atrás, dívidas nunca saldadas,
Ficam para os próximos anos adiadas,
E logo passa o amor com tanta rapidez,
Que há livros d’amor a serem rasgados,
   Por quem pelo amor próprio pouco fez!...
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quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Fonte Eterna

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… e quando tua fonte secar,
Beberei toda a sede que deixares,
Serei a tua fonte de onde vai brotar,
Toda a nossa insaciável sede de amar,
E se, tão sedenta de mim, me amares,
Seremos a fonte de todos os lugares,
     Serás minha água e o meu saciar!...

Nada espero dos rios incansáveis,
Nada peço à fúria das águas doces,
Somos sal dos mares inalcançáveis,
E, fosses tu a água que não fosses,
    Seremos duas águas inseparáveis!...

E quando todas as fontes brotarem,
Serão teus doces lábios, todas as bicas,
Para meus lábios, teus lábios beijarem,
    Serás toda a água que em mim ficas!...

… e quando secar esta nossa fonte,
Nossa água fresca continuará a correr,
  Lembras-te de tua primeira água eu beber?...
Continuas fresca nascente no cimo do monte,
Flutuam nossos beijos de água sob a ponte,
     Onde nos debruçamos para a água nos ver!...
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