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domingo, 23 de junho de 2019

Hífen... talvez!...

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Talvez as ruas flutuassem,
Talvez os caminhos se fizessem mais leves,
Talvez os passos à volta de tudo gravitassem,
Talvez a eternidade fosse tão breve,
Efémera quanto o…
Talvez!...

Sem alento,
Num hiato perdido no tempo,
Perde-se um pontapé desiludido,
Interstício triste para um lamento,
Talvez feito hífen por Deus ungido,
Num pedaço de tempo escondido,
Entre a cor de um olhar alvacento,
    E as cores de um olhar perdido,
Olhar perdido, quanto o…
Talvez!...

Talvez me preencha o leve espaço,
Do qual me preencho com languidez,
Sinto-me rua atravessada pela timidez,
E timidamente flutuo entre um abraço,
Que gravita nos braços do que não faço,
     Fazendo-me mundo sem nome, talvez!...

Desanimado,
Percorro-me neste estado de alma,
Flutuo entre o vosso mundo desalmado,
E o olhar do meu voo calmamente revoltado
     Que sobrevoa meu próprio voo com calma!...

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quarta-feira, 1 de maio de 2013

Ai Aguenta, aguenta...

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Impiedosamente curvado,
Sob as borboletas desiguais,
Ai, aguenta, aguenta…
As asas em abatimento calado,
Estilhaçadas pelas canduras fatais,
Dos fragmentos sedutores por sinais,
Pousando de futuro em futuro dourado,
Que, agora, lhe revolve o ânimo estilhaçado,
   O bater diferente das asas de borboletas iguais;
Por cada bater das asas que o eleva e sustenta,
Cai em si e tanto pesa que quase se rebenta,
E vêm-lhe aqueles esmagamentos mortais,
De quem não aguenta,
Ai não aguenta, não aguenta,
Pese embora a fantasia da igualdade,
É esmagador o pesadume da realidade,
Intenso o ardor esvoaçante que o alimenta,
E o estômago que ainda arde em humildade,
Descobre-se então de um forte bater novo,
Que renasce dessa tenebrosa tormenta,
Nas asas indestrutíveis de um povo,
Que quase tudo aguenta,
Ai aguenta, aguenta!...

As borboletas tomaram um atalho,
No estômago insurge-se uma gástrica canseira,
Da inconstância da dúvida renasce a certeza sobranceira,
   Vende-se inteiro à alma e ás borboletas, a retalho,
Quanto ao resto que de si se lamenta,
 Senta-se no que de si sobra e se tenta,
Engole as cores aguentadas de sua bandeira,
E ai que aguenta, aguenta…
Já fora pólen de flor e orgulhoso carvalho,
Ai, as borboletas que o pensamento aguenta,
     Sentindo o voo sem descanso nem trabalho!...
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segunda-feira, 4 de março de 2013

Nabos.2 (Nabos Zarelhos)

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...e lá foram os nabos,
A caminho do nabal,
Bravos como diabos,
   Sinais de algum sinal!..

Partiram com grande alarde,
Decididos e sempre prontos,
De peito feito aos confrontos,
Barriguinha cheia e lá pela tarde,
Chegaram quentes como quem arde,
     Entre lume no olho de zarelhos tontos!...

A imaginação quer-se muito bem regada,
Como as abundantes chuvas nos nabais,
Manifestaram-se fotos entre os rurais,
E alguma graça que se manifestava,
Contra a igualdade que não dava,
      O muito do que fora demais!...

E lá se juntaram muitos magotes,
Fortes palavras de nabos fracotes,
Abertos a sorrisos sempre apostos,
Aos criativos lemas bem propostos,
Nas mamas dos descarados decotes;
Com lindas canções sobre impostos,
Desfilaram poemas e muitos motes,
    Regressaram todos bem dispostos!...

...e lá regressaram os nabos,
Ao quente sol do seu nabal,
Macios como ternos diabos,
    Nabos muito nabos por sinal!...
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