segunda-feira, 4 de março de 2013

Nabos.2 (Nabos Zarelhos)

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...e lá foram os nabos,
A caminho do nabal,
Bravos como diabos,
   Sinais de algum sinal!..

Partiram com grande alarde,
Decididos e sempre prontos,
De peito feito aos confrontos,
Barriguinha cheia e lá pela tarde,
Chegaram quentes como quem arde,
     Entre lume no olho de zarelhos tontos!...

A imaginação quer-se muito bem regada,
Como as abundantes chuvas nos nabais,
Manifestaram-se fotos entre os rurais,
E alguma graça que se manifestava,
Contra a igualdade que não dava,
      O muito do que fora demais!...

E lá se juntaram muitos magotes,
Fortes palavras de nabos fracotes,
Abertos a sorrisos sempre apostos,
Aos criativos lemas bem propostos,
Nas mamas dos descarados decotes;
Com lindas canções sobre impostos,
Desfilaram poemas e muitos motes,
    Regressaram todos bem dispostos!...

...e lá regressaram os nabos,
Ao quente sol do seu nabal,
Macios como ternos diabos,
    Nabos muito nabos por sinal!...
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1 comentário:

  1. Da liberdade que se quer voz, ou grito. E do grito que se quer ouvido, e atendido, a frustração de uma manifestação. No compromisso com a informação, até para efeito histórico, e com a classe social oprimida, na falta de perspectiva que se trava em decorrência de um governo que tem os piores índices de desemprego e pobreza, nasce o poema que tem origem numa realidade esmagadora.

    Não faz sentido apoiar velhas utopias (Nabos / http://krystaldalma.blogspot.com.br/2013/03/blog-post.html), ao mesmo tempo em que abandoná-las à própria sorte, seria bem pior. Diante dessa realidade, escrever um poema, ou uma sátira à manifestação, e patentear sua visão social e política, diferenciada das demais, não deixa de ser igualmente um protesto, e talvez, mais eficaz que os demais.

    A melhor Arte. A que se faz da experiência coletiva, ou do uniVerso coletivo, com a propriedade de quem sente. A poesia d’Alma está nas ruas. Os cartazes, os megafones, os noticiários e o prato, de nabos, são fatos estéticos. “Nabos.2 (Nabos Zarelhos)” é um exercício de sensibilidade, de inteligência, de crítica e de resistência.

    E como todos os seus poemas sociais, digno de ser reverenciado com um fato histórico.


    Boa terça-feira, A.

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