.
.
.
...e lá foram os nabos,
A caminho do nabal,
Bravos como diabos,
Sinais
de algum sinal!..
Partiram com grande alarde,
Decididos e sempre prontos,
De peito feito aos confrontos,
Barriguinha cheia e lá pela tarde,
Chegaram quentes como quem arde,
Entre lume no olho de zarelhos tontos!...
A imaginação quer-se muito bem regada,
Como as abundantes chuvas nos nabais,
Manifestaram-se fotos entre os rurais,
E alguma graça que se manifestava,
Contra a igualdade que não dava,
O muito do que fora demais!...
E lá se juntaram muitos magotes,
Fortes palavras de nabos fracotes,
Abertos a sorrisos sempre apostos,
Aos criativos lemas bem propostos,
Nas mamas dos descarados decotes;
Com lindas canções sobre impostos,
Desfilaram poemas e muitos motes,
Regressaram todos bem dispostos!...
...e lá regressaram os nabos,
...e lá regressaram os nabos,
Ao quente sol do seu nabal,
Macios como ternos diabos,
Nabos muito nabos por sinal!...
Nabos muito nabos por sinal!...
.
.
.
Da liberdade que se quer voz, ou grito. E do grito que se quer ouvido, e atendido, a frustração de uma manifestação. No compromisso com a informação, até para efeito histórico, e com a classe social oprimida, na falta de perspectiva que se trava em decorrência de um governo que tem os piores índices de desemprego e pobreza, nasce o poema que tem origem numa realidade esmagadora.
ResponderEliminarNão faz sentido apoiar velhas utopias (Nabos / http://krystaldalma.blogspot.com.br/2013/03/blog-post.html), ao mesmo tempo em que abandoná-las à própria sorte, seria bem pior. Diante dessa realidade, escrever um poema, ou uma sátira à manifestação, e patentear sua visão social e política, diferenciada das demais, não deixa de ser igualmente um protesto, e talvez, mais eficaz que os demais.
A melhor Arte. A que se faz da experiência coletiva, ou do uniVerso coletivo, com a propriedade de quem sente. A poesia d’Alma está nas ruas. Os cartazes, os megafones, os noticiários e o prato, de nabos, são fatos estéticos. “Nabos.2 (Nabos Zarelhos)” é um exercício de sensibilidade, de inteligência, de crítica e de resistência.
E como todos os seus poemas sociais, digno de ser reverenciado com um fato histórico.
Boa terça-feira, A.