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Talvez as ruas flutuassem,
Talvez os caminhos se fizessem mais leves,
Talvez os passos à volta de tudo
gravitassem,
Talvez a eternidade fosse tão breve,
Efémera quanto o…
Talvez!...
Sem alento,
Num hiato perdido no tempo,
Perde-se um pontapé desiludido,
Interstício triste para um lamento,
Talvez feito hífen por Deus ungido,
Num pedaço de tempo escondido,
Entre a cor de um olhar alvacento,
E as cores de um olhar perdido,
Olhar perdido, quanto o…
Talvez!...
Talvez me preencha o leve espaço,
Do qual me preencho com languidez,
Sinto-me rua atravessada pela timidez,
E timidamente flutuo entre um abraço,
Que gravita nos braços do que não faço,
Fazendo-me mundo sem nome, talvez!...
Desanimado,
Percorro-me neste estado de alma,
Flutuo entre o vosso mundo desalmado,
E o olhar do meu voo calmamente revoltado
Que sobrevoa
meu próprio voo com calma!...
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