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Que nunca a minha língua se tolha,
Meus dentes nunca deixem de a morder,
Quando o veneno, -ai, que Deus me faça a
folha,
-Se verta sobre a brancura limpa da minha escolha,
Pois, -bem vindo és, ó meu desejo triste
de morrer,
Antes
que, pela morte do que sou, eu deixe de o ser!...
Quiz o diabo que meus dentes caíssem,
Um a um, desiludidos após mais uma
desilusão,
Quiseram os homens que as verdades não
vissem,
Um a um, venderam-se à eterna mentira por
omissão,
Quando descobriram que padecia de
eternidade, o coração,
E como se, enquanto homens, como homens
não existissem,
Condenaram sua Alma à própria consciência em extinção!...
Procuro o único antídoto no que resta da
humanidade,
Pressinto-O na réstia que ilumina a
esperança dos filhos seus,
Mas, entre os seus filhos iguais, é tão
abismal a desigualdade,
Que as guerras por coisa nenhuma são uma
necessidade,
Talvez (mordo minha língua) um descuido de Deus!...