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Configura-se o degrau no vão,
Dia que adiante se atravessa,
Processo suspenso na ilusão,
Que em vão não se processa,
Dando ao passo que regressa,
O passado fugaz em extinção,
Escadas traçadas na desilusão,
Do silêncio que se expressa!
Subindo os degraus que fomos,
Construímos a escada na pressa,
De esquecermos o que somos!
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Um poema diverge de um texto jornalístico exatamente pela reflexão que nos oferece. É preciso estabelecer a diferença entre a leitura despreocupada da informação, da leitura de uma poesia cujo objetivo é, antes de tudo, sensibilizar. E garantir que, além da compreensão, para nossa fruição, reconhecemos essa reflexão.
ResponderEliminarA poesia [que sobe escadas] de A. de Jesus não nasce simplesmente de emoções experimentadas ou confidenciadas, mas da serenidade com que ele vivencia cada verso, como se fosse possível [e é!] ao leitor [plateia] experimentar cada frase poética provando de seu gosto.
Plateia, olho, observo, admiro, misturo-me à paisagem e entrego-me à poesia que “Passando...” rememora e vislumbra no passado recente dos “degraus que fomos” os vãos de nossas histórias no passado e presente que se encontram no “Processo suspenso na ilusão” e na eterna procura do que se foi e do que está por vir, revelando uma fonte inesgotável de possibilidades: “O passado fugaz em extinção”.
Krystald’Alma, sem longas explicações, trabalha temas através de representações simbólicas e “Dando ao passo que regressa” o seguimento contínuo de sua trilha, convertemos imagens por sentimentos e sensações e “Construímos a escada na pressa”.
Mas a intimidade que nos favorece a reflexão é a mesma que provoca inquietude e desconforto, na lembrança “De esquecermos o que somos!”.
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...aos pés da poesia, a aprendizagem, outra vez oportuna ao conhecimento e a motivação a fazer, não apenas diferente, mas melhor.
Obrigada, A.
"...Na Razão de Pequenos Poemas!"
ResponderEliminarRepletos de significantes e significados.
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ResponderEliminarem vão, o degrau,
quando é incerta a subida !
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abraço,
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Entre o que somos, o que fomos, e o que gostaríamos de ser, um vão...cheios de degraus, de atalhos, de escadas sem fim.
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