sábado, 22 de janeiro de 2011

Riso







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Um sorriso que sorria,
Louco por uma gargalhada,
Ria com quem dele se ria,
Riso que de tanto rir morria,
Afogado na própria risada,
Da caterva abandonada,
Ao riso que merecia!

Hahahahahahahai...
Ai, a vontade rir,
Do riso que está para vir,
 E nem um sorriso aparece,
Na vontade que envelhece!

Hahahahahahahai…
Ai, a vontade de rir,
Do siso!...
Do senso que há-de vir,
Para voltar a rir,
Do riso!...

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4 comentários:

  1. E eu ri com o sorriso do macaco.

    E eu fiquei pensando no riso, e no riso que afoga a risada.

    E eu disse aiiiiiii, quando li seu comentário lá no blog. Mas um escritor para me fazer suspirar.

    Obrigada!!

    abraço

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  2. Meu caro POETA;
    Excelente poema, numa alegoria muito bem conseguida.
    Rir de si próprio é um sinal de inteligência.
    Parabéns.
    Gostei imenso.
    Um forte abraço.

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  3. Saber rir, uma virtude que devia dar direito ao céu.
    Lindo seu novo
    blogue.Parabéns!

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  4. ‘Riso’ revela a preferência do estilo diVerso ao discutir temas morais que apontam valores, questionam a ética, avaliando e reconhecendo causas e conseqüências de comportamentos, através da comicidade.

    Mas o tema é mais sério e mais complexo do que podemos imaginar.

    “Um sorriso que sorria / Louco por uma gargalhada” lembra-nos das diferenças que existem entre sorRIR e gargalhar, e entre eles, as suas próprias diferenças.

    O sorriso de felicidade, o outro de deboche, o incontrolável, o discreto, o provocado, o que traduz satisfação, o de reconhecimento. O sorriso que comemora chegadas. O outro, das partidas. O sorriso que nasce do medo e da notícia-surpresa. O verdadeiro. E o falso. O sorriso do desapontamento, marcado por situações de constrangimento. O sarcástico. E o cômico. O sorriso que nos inspira confiança. O outro, que nem tanto assim. O sorriso que aprova. O que desaprova. O que abraça como um aconchego. E o que afasta no preconceito.

    No poema de causa e efeito, lava-se a alma com quem não lava as mãos. É preciso aprender a sorrir, mas mais importante que aprender a sorrir é aprender a respeitar os ditongos [“ai”] que intercedem contra ou a favor dos ‘sorrisos’ que resistem aos versos e prevalecem sobre o corpo a alma, a cognição e mesmo a vontade: [“...que envelhece!”].

    No desfecho, o feixe: “Do siso!...” e curiosamente o ponto de exclamação “Do riso!”. Como quem quisesse dizer, e diz, a poesia é algo surpreendente. Não todas, A.lgumas, no cuidado e nos critérios de seleção que envolvem sorrisos, gargalhadas, comicidade, mas acima de tudo, a ética, o siso, o tino, a moral, a conduta e a justiça.


    E sorRio, satisfeita, por um ponto de exclamação!




    ¬

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