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Quem roubou teu sabor,
Dando o palato a provar,
Promessas do teu Amar,
A mistura de amarga dor,
Com embriaguez de Amor,
Que não soube saborear?!...
Quantas sementes de amargura,
São teus beijos de vento a esvoaçar,
Em ciclones amargurados de doçura!...
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"Sabor..." tem gosto de poema de discurso confessional que se confere às palavras a ideia da emoção, um meio para se atingir um objetivo, seja ele de convencimento ou não, preocupação ou interesse, ou simplesmente de comunicação.
ResponderEliminarPartindo da enumeração dos versos inquiridos na poesia solidária, A. de Jesus conta na história que é de amor, a característica principal do romantismo que envolve a ilusão, o sonho e o desejo, emprestando à poesia elementos básicos à conquista, na difícil arte de seduzir ["Quem roubou teu sabor"], sem imaginar, porém, experimentar o sabor da dor pela frustração do amor que não foi correspondido ["Que não soube saborear?!..."].
As perguntas não trazem as respostas. Mas nos acordes sonoros, vozes são ouvidas.
A sede. A fome. Uma bebida forte. ["Quantas sementes"] tem na fruta o morango. Uma boca. E o desengano ["São teus beijos'] na tela que é imaginação e vontade: ['de vento a esvoaçar"].
Conflitos existem ["Em ciclones'] para serem dominados e nenhuma movimentação desordenada em razão de um sentimento é o bastante para não ser multiplicador de rimas ['amargurados de doçura!..."], DiVersas.
A poesia que sopra bons ventos sabe que os ciclones têm, tanto na origem quanto no destino, o mesmo lugar de refúgio e que no poema "Sabor..." doce [!] nenhuma dor dura a eternidade de uma vida e nenhuma saudade existe para não ser saciada.
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Ainda que me esforce, nada que diga, seria suficiente para expressar com fidelidade a beleza da poesia que por aqui usufruo. Porque há poemas assim... que não se aprendendo nada, tudo se aprende e tudo se digere. E mais uma vez, outra vez, obrigada.
Promessas de amor vãs
ResponderEliminarAcaba o sabor
E deixar dor
Gosto amargo de desilusão