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terça-feira, 22 de abril de 2014

Os Cravos das Duas Mil Páscoas


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Escondes num bolso três cravos clandestinos,
No outro escorre o sangue da mão escondida,
Carregas a cruz tatuada de múltiplos destinos,
Dói-te a luz da alma nas trevas da carne ferida,
Rezas para que a Liberdade te seja concedida,
Vês Deuses na consciência dos fios mais finos,
Caminhas, sem caminho, entre os peregrinos,
   Procuras-te nos caminhos de tua Fé perdida!...

Escondes-te dos cravos que restaram,
És a dor dos inocentes sem sofrimento,
Falta-te a verdade e o arrependimento,
 Beijas os traidores e os que O mataram,
 Ao lavar as mãos dos que O entregaram,
      Ressuscitas a morte e o consentimento!...

  Não tens a consciência da bondade, pois não?!...
E da Verdade crucificada?!...
Rezas por uma chuva de dinheiro que compre o perdão,
Nada melhor do que uma consciência comprada,
Com algum dinheiro lavada,
E só Deus sabe dos Pilatos que por aí vão,
Muitos deles, sacros devotos à oração,
Temendo a hora da verdade ressuscitada,
    Que crucifique o poder escondido atrás da razão!...

Depois de tantas vezes O matarem,
E outras tantas vezes o intento fracassar,
Pediram muito dinheiro para o ressuscitarem,
Amando mais o dinheiro em vez de O amarem,
Pensaram em desistir da tentativa de O matar,
Mas os cravos continuam sem enferrujar,
Como se, bem vivos por Ele, sangrassem,
     E sem explicação continuam a sangrar!...

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terça-feira, 17 de setembro de 2013

Saúde dos Sinais

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Dizem os sinais,
Amiúde,
Na quietude,
Dos desiguais:
- Sem saúde,
                 Não há hospitais!...

Afirmam mais,
Com magnitude,
Coisas iguais,
Os quais,
Dizem em tom rude:
- Sem hospitais,
      Não há saúde!...

Vamos adoecendo,
Vendidos à saúde viável,
Compramos saúde improvável,
Vamos empobrecendo,
Esmorecendo,
Até ao inevitável,
Consumo que vai crescendo,
    Nas entranhas do hospital saudável!...

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segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Caso Perdido

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Qualquer caso de saúde mental,
É caso para ser um caso perdido,
 O dinheiro é um caso pressentido,
Caso não o tenha é quase mortal,
E em caso da morte ter sucedido,
Sucede-se a óbvia relação causal,
Das causas ao efeito mais natural,
    De para morrer bastar estar vivo!...

Imagina-te bem vivo num caixão,
Há médicos à tua volta atenciosos,
As análises são casos espantosos,
 Das unhas encravadas ao coração,
Dos incríveis vírus muito famosos,
Até à cura por carniceiros zelosos,
Doutores da morte por prescrição,
Tão amáveis e de olhos carinhosos,
   Receitam a morte por procuração!...

Já fora do caixão onde estiveste,
A teu lado vai o caixão a enterrar,
À tua frente há uma porta celeste,
A única porta que nunca quiseste,
Aberta sobre ti convida-te a entrar,
Nas tuas costas há faturas a cobrar,
Dão-te toda a terra pelo que deste,
   Terra que pagaste e morres a pagar;
És um caso perdido,
Que médico algum quer encontrar,
O teu médico amigo,
Caminhou contigo,
Acreditaste que o sorriso te ia salvar,
Milagroso abrigo,
Mas, pobre condenado, até te matar,
Deste muito do que ele quis a ganhar,
         Esse simpático perigo!...
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terça-feira, 26 de março de 2013

Incenso dos Ataimados

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Há um templo onde o pecado é extenso,
Erguido com o espírito dos desorientados,
No coração de ouro há credos bifurcados,
De um lado exala sorriso doce do incenso,
    Escolhido pela ostentação dos ataimados!...

Entre a alegria das crianças que se abraçam,
E os vis pecados que na sombra espreitam,
Protegem-se celibatários que se enfeitam,
Com os infantis bracitos que se adelgaçam,
Entristecendo os inocentes que se deitam,
   Debaixo do silêncio que as despedaçam!...

Baratas auréolas de divino incenso,
Encobrem a alma dos ataimados,
Escondem sorrisos desalmados,
Atrás do desalmado bom senso,
Vendem-se cruzes de peso imenso,
Com sangrentos pregos desaçaimados,
Acirra-se a traição dos cães de ódio intenso,
    Á bondade dos humildes, em Paz, sempre amados!...

Divinos violadores pagam com esmolas para ver,
Esse amor servido em pecador desejo contrário,
Profana-se a pura inocência acabada de perder,
Deus sabe que nada sabe da obrigação de sofrer,
Por Ele vendem-se direitos sagrados do calvário,
Ao masoquismo dos que choram com prazer,
Pela dilacerada carne no Cibório do sacrário,
Sangue e carne de Jesus dada a comer,
Em seu sacrifício voluntário,
   Que o matará para viver!...

E lá vai o Homem carregado com nossos pecados,
Em cima de cada pecado há mais um pecado do pecador,
     Que não se cansa de pecar contra si mesmo, Nosso Senhor!...
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