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Escondes num bolso três cravos
clandestinos,
No outro escorre o sangue da mão
escondida,
Carregas a cruz tatuada de múltiplos
destinos,
Dói-te a luz da alma nas trevas da carne
ferida,
Rezas para que a Liberdade te seja
concedida,
Vês Deuses na consciência dos fios mais
finos,
Caminhas, sem caminho, entre os
peregrinos,
Procuras-te
nos caminhos de tua Fé perdida!...
Escondes-te dos cravos que restaram,
És a dor dos inocentes sem sofrimento,
Falta-te a verdade e o arrependimento,
Beijas
os traidores e os que O mataram,
Ao
lavar as mãos dos que O entregaram,
Ressuscitas a morte e o consentimento!...
Não
tens a consciência da bondade, pois não?!...
E da Verdade crucificada?!...
Rezas por uma chuva de dinheiro que
compre o perdão,
Nada melhor do que uma consciência
comprada,
Com algum dinheiro lavada,
E só Deus sabe dos Pilatos que por aí
vão,
Muitos deles, sacros devotos à oração,
Temendo a hora da verdade ressuscitada,
Que crucifique o poder escondido atrás da razão!...
Depois de tantas vezes O matarem,
E outras tantas vezes o intento
fracassar,
Pediram muito dinheiro para o ressuscitarem,
Amando mais o dinheiro em vez de O
amarem,
Pensaram em desistir da tentativa de O matar,
Mas os cravos continuam sem enferrujar,
Como se, bem vivos por Ele, sangrassem,
E sem explicação continuam a sangrar!...
E sem explicação continuam a sangrar!...
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