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terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

...do Siso

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Tanto demorou a nascer,
Quase tanto quanto o juízo,
Tanto não queria eu o perder,
E antes que pudesse perceber,
Ainda antes de qualquer aviso,
Anestesiado me foi o sorriso,
Às mãos do que tinha de ser,
Arrancado foi o meu dente,
    E não sei o quanto de siso!...

Vê-se o brilho aparente,
No esmalte da uma bela coroa,
Disfarça-se o hálito que magoa,
A quem cheira a boca de frente,
Esconde-se a dentina decadente,
E uma infectada polpa em pessoa,
Dentes mordem discretamente,
    Outros mordem línguas à toa!...

Saio insensível pela anestesia,
Bocas bem tratadas são impedidas de sentir,
Granulomas consentidos fazem os dentes cair,
Por não me sentir, minha língua quase eu comia,
A fome é o antibiótico de um povo em agonia,
Caem os dentes de bocas prestes a ruir,
   Cerram-se novos dentes noutro dia!...

Já sem ver o lado direito do juízo,
Vejo a dor escondida,
Vejo gente,
Vejo gente mordida,
Vejo um dente,
Vejo a verdade doente,
Vejo lindos dentes sem vida,
Vejo o pus sobre a comida,
    Vejo a coroa que mente…
      E já não vejo o meu dente do siso!...
    
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quarta-feira, 19 de junho de 2013

Gargalhadas...


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Como saber,
Como sentir e entender,
As gargalhadas que ouvimos,
Tão silenciosas do que sentimos,
Oposto sentir oposto ao contradizer,
Se nos damos às lágrimas quando rimos,
     E nos entregamos ao riso sem nos apetecer?!...

Todas as gargalhadas vão rindo por oposição,
Opõem-se ao louco do riso que ri de tanto rir,
Riem-se ao contrário do contrário de mentir,
Gargalhadas loucas formadas sem expressão,
Em feiras despidas de siso,
Vestidas de tão louco riso,
Trinam-se esganiçadas em riso que as vai despir,
Deliram com o delírio que delira com a opressão,
Gargalham na esperança da gargalhada as vestir,
 Aí vão estridentes e loucas à procura de servidão,
Servem-se de suas gargalhadas com sofreguidão,
  Para gargalhar da loucura que louca as vai servir,
e…
São bem servidas de improviso,
Gargalhadas de corpo presente,
Ecoam em loucura e sem aviso,
Esvoaçando num voo impreciso,
     A voar numa sanidade aparente!...

Cai um silêncio triste sobre a gargalhada calada,
Silencia-se cabisbaixa a sapiência com amargura,
Exala um último suspiro numa revolta amalucada
Desvanece-se culta a voz numa última gargalhada,
Sente-se na pele o arrepio da realidade mais dura,
Rasgam-se seus velhos lábios sábios numa risada,
    Gargalha-se de si a gargalhada louca sem cultura!...
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sábado, 22 de janeiro de 2011

Riso







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Um sorriso que sorria,
Louco por uma gargalhada,
Ria com quem dele se ria,
Riso que de tanto rir morria,
Afogado na própria risada,
Da caterva abandonada,
Ao riso que merecia!

Hahahahahahahai...
Ai, a vontade rir,
Do riso que está para vir,
 E nem um sorriso aparece,
Na vontade que envelhece!

Hahahahahahahai…
Ai, a vontade de rir,
Do siso!...
Do senso que há-de vir,
Para voltar a rir,
Do riso!...

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