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sábado, 16 de julho de 2016

Formigas de Deus

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Procurava no céu da sua esperança,
Um rosto de Deus que o pudesse ajudar,
O diabo da carestia levara-lhe a bonança,
Esquecera tudo, sobrara uma lembrança,
A liberdade dos pássaros e seu livre voar,
Procurando no céu asas para se libertar,
Não via sob os passos seus, a matança,
Das formigas que esmagava ao caminhar,
Talvez fosse sua pura inocência de criança,
   Ou a inocência das formigas com mais azar!...

E se o céu cair em cima da cabeça?!...
É preciso estar, ao céu, atento,
Antes que o azul do céu escureça,
E o resto do céu seja levado pelo vento;
Talvez o vento traga uma espiga dourada,
Que o mesmo vento, do céu carregou,
Houve um grão que caiu e o sol dourou,
E uma formiga obstinada,
Que o sol e o grão dourado carregava,
Mas, o medo, vindo do céu tudo esmagou,
    Esmagando o olhar que formigas, esmagava!...

Não estará Deus demasiado distante,
    Tão longe dos caminhos das formigas?!...
Somos searas e grãos de todas as espigas,
Deus vê um grão a outro grão semelhante,
Somos insetos que esmagam e, não obstante,
    Esmagamos formigas que consideramos amigas!...


Todos procuram Deus quando precisam,
Têm-se dentro de si e Deus em suas barrigas,
     E não vêm as pequenas formigas que pisam!...

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quinta-feira, 14 de julho de 2016

O Idiota que Sobra

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Na festa, a insensatez nunca se esgota,
Embriagada por luas, é queimada por sóis,
Em cada festeiro há um bêbado e patriota,
Brinda-se o último cêntimo aos heróis,
As gralhas cantam como rouxinóis,
    Sobrou apenas um sóbrio idiota!...

O povo escolhe quem o mata,
Paga a quem o apague do sofrimento,
E lhe tatue na alma uma vida abstracta,
A percepção da vida não é imediata,
A tatuagem vai desaparecendo,
Tudo à volta vai morrendo,
E pressente-se a derrota;
Há um povo em desbragada risota,
Na analgesia da festa, não vai sofrendo,
    Sobrou apenas a dor de um idiota!...


Chegou o dia seguinte,
Dia de todo o feliz Patriota,
Vestia a bandeira de contribuinte,
Ontem valia tudo, hoje é um pedinte;
Da festa e dos heróis já quase nada se nota,
   Há mais idiotas e sobrou apenas um idiota!...


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quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Duplo.Soneto.Português.Fantoche e Invertido


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  Sem a vergonha e vergonhosos!...
Manipulam-se, são manipulados,
Presos entre fios de criminosos;
     
    Já sem a vergonha, os encavados!...
Baixam as suas calças, silenciosos,
 Ainda antes de bolsos esvaziados,

   É novo desenho em novo mapa!...
Uma fábrica plena de fantoches,
Desarticulam Portugal à socapa,
Presos por fios, fazem broches,

   Portugal é a verdadeira saudade!...
Apaga-se o desenho da memória,
Vão-se os velhos fica a mocidade,
  Vai-se o orgulho, vai-se a história,

    São fios que manipulam a glória!...
Destroços caídos em memorial,
      Manietados com fios de victória!...

Os fios que estrangulam Portugal,
Seguram este Portugal por um fio,
Fia-se nos fios esse povo sombrio,
   Está por um fio a perda da moral!...

  Todos fantoches e pejados de cio,
  Tudo violações e numa orgia total,
  Os fios se movem em modo fatal,
     Movimentos sem alma nem brio!...

  Os fantoches são para exportar,
   Os fios são de importação imposta,
     E é o fantoche que os têm de pagar;

   Ficam as perguntas sem resposta,
  Á resposta não há que perguntar,
      Não há perguntas e o povo gosta!...
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quarta-feira, 18 de junho de 2014

Redondez Esférica de uma Verdade Redonda


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A glória da fantasia global,
Vertiginosa lá do alto do esférico,
O círculo que envolve o estado mental,
As voltas fechadas num vai e vem histérico,
A globalização desse arredondamento genérico,
Que nos dá a volta em voltas da ingenuidade natural,
Quase sagrado com um toque fantástico e quase irreal,
Redonda consagração do feito de efeito mais homérico,
Quem nem Homero, por mais épico que fosse, e brutal,
Não imaginaria arredondar-se nesse futuro quimérico,
E vão rolando glóbulos à volta da redondez financial,
Numa linha que se liga pelo globalismo isotérico,
Onde a se arredonda de igual para igual,
Ou, pelo menos, sem parecer imoral,
Constrói-se herói mesmérico,
       Essa cura esférica do mal!...

Juntam-se mesméricos esferoides de redondo talento,
Compram-se juízes redondos para as globais lavandarias,
As bolas perfeitas são dadas ao povo redondo de sedento,
Arredonda-se a magra verdade ao globo ocular do desalento,
E quando as cores do mundo rolam num turbilhão de hipocrisia,
Que esse globo de gente redonda, tida como alegre mercadoria,
Não ouve o tiro de partida para o primeiro pontapé violento,
Nem sente as esferas que o fazem rolar sobre a idolatria,
      Até ao último tiro no final no mesmo povo cinzento!...

A bolas que rolam no sorriso da estratégia montada,
É um compressor, globo da felicidade, ao que parece,
O povo rodopia e é esmagado como sempre acontece,
Esmagado, continua a ser cor viva da ilusão montada,
    Não vê que a realidade a seria se a realidade quisesse!...
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terça-feira, 10 de junho de 2014

+ de 10 cegos do 10 de Junho


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Visto pelo olho da friesta cega que espreita,
Escorre o breu denso e frio pelas rugas da caverna,
Cobre os olhos rendidos à luz desta cegueira moderna,
Teimam as palavras na voz já muda de tão gasta e suspeita,
Oca e vã, se repete a erodida nesta democracia desfeita,
De homólogo em homólogo, por homólogo se alterna;
Esquecidas foram as searas de patriótico cunho,
E antes que se ergam os nós atados no punho,
Encaba-se o povo cegado que cego se governa,
    Caga-se Camões para este cego 10 de Junho!...

Eram mais de dez cegos em ajuntamento,
Eram mais de dez cegos a ver o que mais ninguém via,
Eram mais de dez cegos numa visão do seu merecimento,
Eram mais de dez os cegos que viam a noite igual ao dia,
Eram mais de dez os cegos em ensurdecedora afonia,
Eram mais de dez cegos em estado de agravamento,
Eram mais de dez cegos a presidir ao julgamento,
Eram mais de dez cegos de cega valia;
Olhavam-me nos olhos, os cegos de viés,
Como se eu não visse o que cada cego não via,
Desprezam o meu olhar da cabeça aos pés,
E era aos pés do olhar que cada cego caía,
Quando sofria sua cegueira um iluminado revés,
Era um cego só, que com os outros cegos se ria,
     Só de cegos a ver o que viam, eram mais de dez!...

Visto pelo olho da friesta cega que espreita,
Escorre uma noite densa sobre o olhar da cegueira,
Uma bandeira arde ao sabor de uma cega elite eleita,
Ondula aos olhos de um cego que pouco a respeita,
    Não vê o cego, as cores que ardem numa fogueira!...
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domingo, 1 de junho de 2014

As Cruzes no Abutre


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Desprezo e dó,
Político e abutre de carreira,
No olhar habitual da sua cegueira,
Amassa-se na lama e faz-se pão de pó,
Rodeia-se de mais abutres e nunca está só,
Ondula ao vento com as cores de uma bandeira,
     Dá dura terra a comer e vende-se como pão-de-ló!...

De toda a terra já comida e de muito do mar sugado,
Chegada que foi a vez, do corpo dar sua carne a comer,
Exigiu-se todo o açúcar do sangue e muito suor salgado,
Esse abutre, ao doce sabor do povo sempre habituado,
Estranhou a liberdade de consumo incapaz de se deter,
Apelou a mil diligências e todos os formulários de poder,
Voaram papéis da ordem do seu papel e foi desprezado,
    As cruzes derrotadas viram os quadrados vazios vencer!...

Um abutre comeu menos e outros abutres comeram mais,
Todos os abutres comeram da mesma carne mais popular,
O abutre que menos comeu vê um abutre a quem culpar,
Disfarça-se de pardal e nega os secretários gerais,
Esperam mais carne do povo, os pardais;
Já não se abstém o povo de ver os abutres pairar,
Votam no desprezo em urnas consensuais,
Nulos e brancos são abutres a debicar,
 As cruzes de nulidades mentais!...    
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segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Do Povo ao Político… ou um Soneto de Merda

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Quando muita merda faz saltar a tampa,
Todos apontam o cu dos outros que tais,
No cu das calças discorre muita trampa,
   De muitas cabeças escorre muito mais!...

Cresceu o Socialismo político e partidário,
Á custa do parvo Povo habituado à perda,
Sempre desgovernado pelo frio salafrário,
   Os zeros de direita colocados à esquerda!...

Dá-lhe aquela volta e o povo até se caga,
Paliam, mal cheirosos, o cu todo cagado,
Afirma o povo ser a merda de uma praga;

É um cheiro a que o povo está habituado,
 A latrina popular que toda a merda paga,
      Por ser a merda de um povo desesperado!...

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