Mostrar mensagens com a etiqueta orgulho. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta orgulho. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 14 de julho de 2016

O Idiota que Sobra

.
.
.

Na festa, a insensatez nunca se esgota,
Embriagada por luas, é queimada por sóis,
Em cada festeiro há um bêbado e patriota,
Brinda-se o último cêntimo aos heróis,
As gralhas cantam como rouxinóis,
    Sobrou apenas um sóbrio idiota!...

O povo escolhe quem o mata,
Paga a quem o apague do sofrimento,
E lhe tatue na alma uma vida abstracta,
A percepção da vida não é imediata,
A tatuagem vai desaparecendo,
Tudo à volta vai morrendo,
E pressente-se a derrota;
Há um povo em desbragada risota,
Na analgesia da festa, não vai sofrendo,
    Sobrou apenas a dor de um idiota!...


Chegou o dia seguinte,
Dia de todo o feliz Patriota,
Vestia a bandeira de contribuinte,
Ontem valia tudo, hoje é um pedinte;
Da festa e dos heróis já quase nada se nota,
   Há mais idiotas e sobrou apenas um idiota!...


.
.
.

sábado, 20 de setembro de 2014

Teoria Absoluta da Liberdade Relativa


.
.
.

Não fora suposto relacionar,
Quatro bigodes de gato, por cada gato, a dar,
Eram trinta pardos de janeiro, os famintos gatos,
Trinta e um se, por sete vezes, quisermos ser exatos,
E menos um gato de fevereiro, que já era suposto faltar;
 Seriam os pelos mais duros em seus sentidos mais latos,
Os voluntários à força que a fome soube forçar,
Soltaram os 366 miados mais abstratos,
     Mas depressa deixaram de miar!...

A felicidade numa gaiola é relativa,
Como relativa é a felicidade da própria gaiola;
Um passarito baloiça no poleiro de sua perspectiva,
Uma gaiola vê-se fechada no coração de sua tentativa,
Prisioneiros de uma argola livre, presa a outra livre argola,
Solta-se um dos muitos bigodes de gato e abre-se uma alternativa,
Se mais bigodes de gato se soltassem!…
Se as argolas, delas se libertassem!…
Um gato sem bigodes, preso do lado de fora, arranha uma viola,
Sem cordas nem bigodes, sem força nem desespero, mia uma esmola,
Na gaiola feita de bigodes de gato, há uma esperança contemplativa,
Os bigodes vão crescendo no gato e caindo da gaiola evasiva,
Sem perguntas, as respostas são vagas nos elos da escola,
O coração não aprende e os gatos são atitude passiva;
Se, pelo menos, os gatos miassem!…
Se os corações frios sangrassem!…
Se houvesse uma relação entre a liberdade dos gatos orgulhosos,
E os corações, livres de pelos desesperados, livres e carinhosos!…
Se as lágrimas presas nas lágrimas não secassem!…
Se a relatividade não fosse chave de prisão na mão dos poderosos,
Ou um pelo, em desespero, à espera que o arrancassem!…

Gaiolas em projecto,
Corações em gaiolas projectadas,
Gatos fechados em gaiolas relativadas,
Corações de passaritos em prisões sem tecto,
  Relativismos de liberdade com gaiolas relacionadas!...
   
.
.
.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Ultraje


.
.
.

E a tua bandeira insignificante,
Sem cor nem digno significado,
É a cor que resta, não obstante,
Já haver tido cores de diamante,
Ter sido ouro do teu país amado,
Cores do teu orgulho roubado,
As cores de uma glória distante,
O traje glorioso agora ultrajado,
   Pelo seu povo agora ultrajante!...

Agora os cães já não mordem,
Pobres são tratados como cães,
São violadas filhas e suas mães,
Antes que os homens acordem,
Dorme um país em desordem,
Dos soníferos políticos reféns,
 E haja quem ladre sem ordem,
  Soltam-se os açaimes alemães,
     Das vis sombras que mordem!...

 Sombrios, os olhos descorados,
Brancos medrosos e mordidos,
Sombrios, uns cães resignados,
Lambem a sombra, revoltados,
E das suas bandeiras despidos,
Vestem os seus olhos apagados,
Para uma débil luz são atraídos,
Ilusão obscura dos atraiçoados,
   Onde homens andam perdidos!...


Ao longe vês um cão de pata alçada,
Debaixo dele definha uma bandeira,
Ao longe, vês uma velha costureira,
Nas mãos há uma bandeira rasgada,
Perto de ti há uma bandeira mijada,
Mais perto, cresce uma estrumeira,
A agulha perde as linhas à tua beira,
A tua bandeira está em ti enterrada,
  Conspurcada por ti, mal ela cheira!...
.
.
.


segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Sexo, Moscas e a Sombra do Amor


.
.
.

Carentes de carinho,
Caros saem os olhos da cara,
Carregam sombras da manhã clara,
Pesados são os olhos em cego descaminho,
Perdidos no anoitecido olhar do seu olhar sozinho,
 Sem ver cair a lágrima que na sombra os aguardara,
     Sonhando encarar os cegos olhares em desalinho!...

Como uma sombra nas trevas da clara razão,
Move-se a luz que olhos perdidos encandeia,
Deitou-se a sombra sobre a luz fraca da ideia,
E antes de ajoelhar-se aos olhos da confissão,
Olhou-se na cara mais triste do falso coração,
    Vendo-se rosto do pesadelo da cara mais feia!...

Quando uma fraca cabeça já por demais perdida,
Pela falta de orgulho que o sexo promíscuo fodeu,
 Pouco resta da vontade responsável já toda fodida,
  Tudo parece amor numa doentia relação distorcida,
     Jamais o Amor será isso que é, e nunca aconteceu!...


Doentes não são as moscas, 
Por um pedaço de merda amarem,
Doentes são as cegas paixões mais toscas,
    Desses doentes, enquanto da merda gostarem!... 

.
.
.





segunda-feira, 13 de maio de 2013

10ânimo. + 1 Voo

.
.
.




10ânimos exacerbados,
Por nada estar perdido,
Semblantes carregados,
Mas nunca derrotados,
    Por nada terem vencido!...

Ser assim será ser glorioso,
Desatino cego de conquista,
Ou o velho lirismo idealista,
Talvez o orgulho duvidoso,
      De quem não é Benfiquista?!...

O voo glorioso da vitória,
São as asas do nosso viver,
É sentir a paixão acontecer,
Voo rasante de Luz e glória,
    A voar na certeza de vencer!...

O voo da águia é ambicioso,
Voa sempre, sempre para ganhar,
Sempre longe do medo de perder,
E se ao voar,
Ao abrir as asas para triunfar,
Batendo-se num desejo fervoroso,
Com igualdade pode até pontuar,
Mas, se a vitória não acontecer,
    Será sempre um voo vitorioso!...




.
.
.