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Desprezo e dó,
Político e abutre de carreira,
No olhar habitual da sua cegueira,
Amassa-se na lama e faz-se pão de pó,
Rodeia-se de mais abutres e nunca está
só,
Ondula ao vento com as cores de uma
bandeira,
Dá dura terra a comer e vende-se como pão-de-ló!...
De toda a terra já comida e de muito do mar
sugado,
Chegada que foi a vez, do corpo dar sua
carne a comer,
Exigiu-se todo o açúcar do sangue e muito
suor salgado,
Esse abutre, ao doce sabor do povo sempre
habituado,
Estranhou a liberdade de consumo incapaz
de se deter,
Apelou a mil diligências e todos os
formulários de poder,
Voaram papéis da ordem do seu papel e foi
desprezado,
As cruzes derrotadas viram os quadrados vazios vencer!...
Um abutre comeu menos e outros abutres comeram
mais,
Todos os abutres comeram da mesma carne
mais popular,
O abutre que menos comeu vê um abutre a quem
culpar,
Disfarça-se de pardal e nega os
secretários gerais,
Esperam mais carne do povo, os pardais;
Já não se abstém o povo de ver os abutres
pairar,
Votam no desprezo em urnas consensuais,
Nulos e brancos são abutres a debicar,
As cruzes de nulidades mentais!...
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