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A glória da fantasia global,
Vertiginosa lá do alto do esférico,
O círculo que envolve o estado mental,
As voltas fechadas num vai e vem
histérico,
A globalização desse arredondamento
genérico,
Que nos dá a volta em voltas da
ingenuidade natural,
Quase sagrado com um toque fantástico e quase
irreal,
Redonda consagração do feito de efeito mais
homérico,
Quem nem Homero, por mais épico que
fosse, e brutal,
Não imaginaria arredondar-se nesse futuro
quimérico,
E vão rolando glóbulos à volta da
redondez financial,
Numa linha que se liga pelo globalismo
isotérico,
Onde a se arredonda de igual para igual,
Ou, pelo menos, sem parecer imoral,
Constrói-se herói mesmérico,
Essa cura esférica do mal!...
Juntam-se mesméricos esferoides de
redondo talento,
Compram-se juízes redondos para as globais
lavandarias,
As bolas perfeitas são dadas ao povo
redondo de sedento,
Arredonda-se a magra verdade ao globo
ocular do desalento,
E quando as cores do mundo rolam num
turbilhão de hipocrisia,
Que esse globo de gente redonda, tida
como alegre mercadoria,
Não ouve o tiro de partida para o
primeiro pontapé violento,
Nem sente as esferas que o fazem rolar
sobre a idolatria,
Até ao último tiro no final no mesmo povo cinzento!...
A bolas que rolam no sorriso da
estratégia montada,
É um compressor, globo da felicidade, ao
que parece,
O povo rodopia e é esmagado como sempre
acontece,
Esmagado, continua a ser cor viva da ilusão
montada,
Não vê que a realidade a seria se a realidade quisesse!...
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