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domingo, 11 de agosto de 2013

Antúrios


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Desconfiada do desinteresse de Adão,
Eva mandou destruir todos os antúrios,
À frente esmorecido e ao dependurão,
Escondia-se a natureza de um furacão,
Atrás exibiam-se atrevidos os augúrios,
Exuberantes por externos murmúrios,
Bem seguros, presos por alguma razão,
    Aráceos prazeres de prazeres espúrios!...

Sentados sobre híbridos antúrios belos,
Mostram-se entre antúrios escondidos,
Com os velhos antúrios são confundidos,
A vergonha de seus interiores paralelos,
 Liberta de preconceitos deveras fodidos,
     Ostenta antúrios no cu de seus castelos!...

Há novos paraísos nos catálogos,
Antúrios filhos de Adão e Eva genética,
     Beleza de estranhos prazeres análogos!...
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segunda-feira, 29 de julho de 2013

Girassol entre Falésias

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Orgulhosa a água em sua abundância,
Escorria pela garganta Até às margens labiais,
As virilhas vincavam-se até os glúteos sensuais,
Encurtando o prazer exposto à mesma distância,
Abriam-se as paredes que libertavam a fragrância,
    Corriam entre os penhascos as cores menstruais!...

No alto da falésia sentes-te vir em fogo que arde,
És um fátuo girassol gravitado por infinidades de sóis,
    E feneces nos rios exânimes mais cedo ou mais tarde!...
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segunda-feira, 15 de julho de 2013

Púmice da Pedra Polida

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À pedra polida,
Gasta-se-lhe a graça,
Perde o sentido alisado do humor,
Desembaraço do riso e embaraço na desgraça,
Alisa-se sobre os seixos e debaixo da graça perdida,
Falta-lhe uma polidez natural da imperfeição engraçada,
E na impossibilidade de polir-se no credo da divina graça,
Escorrega na lisa intranquilidade que dela grassa,
Cai desamparada nos complexos por si polidos,
  Como pedra litográfica impressa por anos idos,
Alma calcária litografada!...
Há um poroso murmúrio vulcânico de púmice sem vida,
Rejeitado pelas calçadas antigas e qualquer avenida,
Flutua entre quatro paredes de pedra requintada,
Sempre alisando-se nessa imperfeição alisada,
     Porosa e leve a arrefecida pedra polida!...
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domingo, 4 de novembro de 2012

Castanhas de teu Ouriço

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Desapegada no destino pelo ramo de seu senhor,
 Ainda verde fora despida de seu respeitado manto,
Que, delicado, causou cobiçadas causas de espanto,
Ainda que vestida em matizes de castanho tentador,
Brilhava sob carícias de orvalho fresco e feliz pranto,
Natureza livre dada à liberdade em antecipado alvor,
Sentindo-se a pretendida tal o seu pretensioso rubor,
    Enfeitou a madrugada com o seu outonal encanto!...
 

 Casta castanha que do castanheiro se desprendeu,
Nascendo para ser casta igual a tantas castas iguais,
Geminada em três irmãs geminadas em outras mais,
Atilados espinhos de viçoso ouriço que por elas sofreu,
Envolvendo as suas protegidas que sempre protegeu,
Em respeitado seu peito de suspeitos espinhos fatais,
Jurara ele separar-se delas se nelas sentisse seus ais,
   Promessa cumprida à sua Natureza que o convenceu!...
 

 Apetites viciosos da boca ougada por ti ougada,
Exposta a carne despida da mais fina pele tua,
É desejo seco pela tua bravia forma descarada,
Secando no desejo irresistível de castanha pilada,
Pilados desejos febris no teu sol de castanha nua,
Vai secando paciente na fornalha fria que desagua,
Como fogo que chega no vento da corrente soada,
Ecos ávidos colhendo-as entre a carícia disfarçada;
Subtis movimentos beijam o cú tenro da castanha,
Colhe-se o ciúme que por outras castanhas a amua,
Ciumenta sedutora no seu ouriço que se arreganha,
Sobre brasume que seu corpo adoçado acompanha,
No fogo aceso em noite quente de castanha assada,
   Ardem de desejo os lábios que por ela se assanha!...
 

 Diferente de suas irmãs vestidas com casca talhada,
Castanha morsegada por dentes que a hão-de morder,
Será cozida em deliciosos desejos de a lamber;
Castanha cortada em fino corte de navalhada,
   Assará em deliciosos desejos de a comer!...
 

Castanha esquecida,
Que olhos não quiseram ver,
Doce castanha virgem consumida,
Atirada para a viva fogueira abrasada,
Incha numa incontida e quente gargalhada,
   Que se soltará ao rebentar numa boca mais atrevida!...
 

 No souto farto em solo de teu incansável coração,
Castanhas piladas envelhecem para um prazer tardio,
Guardando-se para especiais momentos de paixão,
      Momentos quase silvestres de prazer vadio!...
 

 Frutos teus que conservam teu misterioso feitiço,
São tua enfeitiçada e doce tentação,
Castanhas de teu ouriço!...
 
 
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