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segunda-feira, 29 de julho de 2013

Girassol entre Falésias

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Orgulhosa a água em sua abundância,
Escorria pela garganta Até às margens labiais,
As virilhas vincavam-se até os glúteos sensuais,
Encurtando o prazer exposto à mesma distância,
Abriam-se as paredes que libertavam a fragrância,
    Corriam entre os penhascos as cores menstruais!...

No alto da falésia sentes-te vir em fogo que arde,
És um fátuo girassol gravitado por infinidades de sóis,
    E feneces nos rios exânimes mais cedo ou mais tarde!...
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sábado, 22 de junho de 2013

Vazio dos Trapos

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Áridos olhos, aqueles,
Deserto de trapos do tempo sacudidos,
Evaporar-se em vida já não vêm, eles,
Espelhos cobertos de trapos!...
Cerzidos os velhos remendos, neles,
Tropeçados pespontos no tempo caídos,
Recuo nos farrapos do viço descosidos,
Cosidos os olhos por cílios deles!...
Espelhos cobertos de trapos!...

Emurchecem secos, os ditos, em fiapos,
Descosendo-se o limite, rasgando se vai,
O rasgado pedaço da língua cosida se cai,
Palavras se costuram na língua de trapos,
    O ser o que foi que naquilo que é se trai!..

…como se uma toalha do mais puro linho,
Não passasse de um envelhecido retalho,
Tão só é ser toda a solidão num pedacinho,
Aberto é o ponto retalhado pelo bandalho…
Irreflectidos no ser, sem o ser, os farrapos,
Remendados a sós, os títulos prostituídos,
   Áridos são os espelhos cobertos de trapos!...

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