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quinta-feira, 19 de março de 2015

Botão 26



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Tem destes valores,
A vida e nossos amores,
Tem a vida, janelas de excepção,
Há excepcionais remédios para as dores,
Há o destino guardado no destino do coração,
Por vezes, os corações desconhecidos são o que são,
Podem ser irreveláveis sonhos interiores,
Ou desejos de externos rumores,
Revelados numa sensação,
De ser…
E eu, sem o saber,
Sem da tua imprudência suspeitar,
Vi o teu sorriso deslumbrado aparecer,
Apareceste como quem quisesse amar,
E eu, que mal sabia como te beijar,
Dos teus lábios o fiquei a saber,
Que ainda antes de acontecer,
Já o beijo se mistura no ar,
   Dado antes de nascer!...

Talvez o destino faça o botão despregar,
Apartar-se das velhas linhas que do botão vasa,
Talvez o destino de eu ser botão, fosse abotoar,
Ser coração que uma agulha fosse trespassar,
  Antes de por ti amado, ser botão sem casa,
       Que a casa encontrou e contigo foi casar!...

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sábado, 8 de março de 2014

Aspirando...


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Vejo-me no chão e no ar,
Pairo sobre o retorno de ficar só,
Ténue de mim desta frágil vida a levitar,
Leve, leve…leve a luz que me ilumina o pensar,
Vejo-me ínfima partícula respirada num universo de pó,
    Sou aspirador aspirado com pouco ou nada do muito a aspirar!...

Sou tão terra quanto a minha certeza de ser o retorno à poeira,
Sigo os borbotos sobre as falsas tábuas de flutuante soalho,
Há tufos de lã que aspiram ir além da pata da cadeira,
Sinto-me que aspiro algo e sento-me à sua beira,
Cai levemente um fio do meu cabelo grisalho,
Aspiro a ideia de ser um velho carvalho,
  Aspiro o cabelo e a cinza da lareira!...

Arrasto palavras acumuladas,
Junto-as sem cuidado a um canto,
Formam-se frases para meu espanto,
Imperfeitas com aspirações desinspiradas,
Varro do pensamento ideias desfragmentadas,
Aspiro novos fragmentos que levitam por encanto,
Sem borbotos atraídos por sujas palavras empoeiradas,
São todas elas parte de um tema,
Aspirações e inspirações aspiradas,
   São aspirador que aspira ser Poema!...
    

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segunda-feira, 15 de julho de 2013

Púmice da Pedra Polida

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À pedra polida,
Gasta-se-lhe a graça,
Perde o sentido alisado do humor,
Desembaraço do riso e embaraço na desgraça,
Alisa-se sobre os seixos e debaixo da graça perdida,
Falta-lhe uma polidez natural da imperfeição engraçada,
E na impossibilidade de polir-se no credo da divina graça,
Escorrega na lisa intranquilidade que dela grassa,
Cai desamparada nos complexos por si polidos,
  Como pedra litográfica impressa por anos idos,
Alma calcária litografada!...
Há um poroso murmúrio vulcânico de púmice sem vida,
Rejeitado pelas calçadas antigas e qualquer avenida,
Flutua entre quatro paredes de pedra requintada,
Sempre alisando-se nessa imperfeição alisada,
     Porosa e leve a arrefecida pedra polida!...
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terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Leve, Leve...

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Tão leve o que de mim te leva,
E me enleva,
Em torno da uma leve centelha nua,
Leve e quente que de ti me leva,
E te enleva,
Em torno de minha nudez que é tua!..

Tão leve,
A carícia de nossa quietude,
Na leveza do sonho sem fim,
Que leve te beija a virtude,
Ainda tão leve…
Na plenitude,
Do desejo tão ávido de mim!...

Tão leve…
Tão intenso este leve voar,
Confinado com o recolhimento,
Leve, leve…
O prazer de te libertar,
Para amar,
Cada leve momento!...

Tão leve…
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