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À pedra polida,
Gasta-se-lhe a graça,
Perde o sentido alisado do humor,
Desembaraço do riso e embaraço na
desgraça,
Alisa-se sobre os seixos e debaixo da graça
perdida,
Falta-lhe uma polidez natural da
imperfeição engraçada,
E na impossibilidade de polir-se no credo
da divina graça,
Escorrega na lisa intranquilidade que dela
grassa,
Cai desamparada nos complexos por si
polidos,
Como pedra litográfica impressa por anos idos,
Alma calcária litografada!...
Há um poroso murmúrio vulcânico de púmice
sem vida,
Rejeitado pelas calçadas antigas e qualquer
avenida,
Flutua entre quatro paredes de pedra
requintada,
Sempre alisando-se nessa imperfeição
alisada,
Porosa e leve a arrefecida pedra polida!...
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